Revista de Imprensa
A diferença entre Rui Vitória e Silas
2018-10-28 09:30:00
Silas é um refresco no panorama futebolístico nacional.

A derrota do Benfica no Jamor, frente ao Belenenses, por 2-0, é, naturalmente, o grande destaque das manchetes desta manhã. A propósito, já leu a análise que fizemos a este jogo? Nas manchetes, houve "desastre", titula "A Bola", "meteu água", escreve "Record", e "perdidos", escolhe "O Jogo". 

O nosso destaque, ainda assim, vai para as palavras. Rui Vitória recusou-se a assumir culpas, falar de bola e explicar opções, após uma derrota, enquanto Silas deu explicações e analisou os problemas da sua equipa, após uma vitória. Que diferença...

A nossa "manchete" é "outra vez?". "Outra vez", porque, depois de uma derrota na qual houve dedo negativo de Rui Vitória, o técnico encarnado voltou a fazer o que faz sempre que se sente ameaçado ou questionado: enche o peito, levanta a voz (ontem, até nem foi dos piores dias nesse aspeto) e puxa-os. Aos galões. O problema desta faceta, dizemos nós, é que já não tem qualquer efeito. Poucos ainda darão crédito à retórica habitual do "sou pai, sou chefe de família" e por aí em diante. Também poucos quererão ouvir Rui Vitória dizer pregar pelo seu valor individual, como treinador, sobretudo após um jogo em que teve opções que resultaram mal e que, essas sim, mereceriam ser discutidas com o técnico encarnado. Mas fala-se pouco de bola, nas conferências. 

Ao contrário de Rui Vitória, Silas tem uma retórica que, aliada à qualidade como treinador, o poderá levar a outros voos. E a ser um refresco no panorama futebolístico português. Depois de um jogo no qual a equipa azul abdicou de alguns dos princípios habituais, Silas, apesar de ter ganho, não teve problema em assumir: "não gosto de ganhar assim". O treinador considerou que o Benfica teve demasiadas oportunidades de golo - salvas por Muriel - e que isso, para o Belenenses, significa ter estado perto de perder o jogo. Análise refrescante. E lógica. 

Vamos à bola. Por cá, na Opinião Bancada, Pippo Russo escreveu sobre José Mourinho. Em dia de bola é complicado abordar temas de forma profunda, mas houve tempo para algumas historinhas: a infância complicada de Talisca, a história do "bom, o mau e o vilão" e Emerson Mendonça, o Krovinovic guineense.

Esteve atento ao que se jogou por cá, neste sábado? Nós ajudamos: o Rio Ave voltou a vencer e a mostrar que não anda aqui a brincar, bem como o Santa Clara, que venceu fora de casa. Mantém-se o bom início de campeonato de ambas as equipas, ainda que os triunfos do Rio Ave sejam mais tremidos do que parecem. A equipa ainda tem por onde melhorar a nível exibicional. 

Hoje, é dia de grandes. O FC Porto defronta o Feirense - aqui tem as onze pistas para este jogo -, enquanto o Sporting recebe o Boavista - também têm direito a pistas, claro. Fique ainda com as antevisões de Conceição, Nuno Manta, Peseiro e Jorge Simão.

Lá fora, houve desastre. Infelizmente, não é metáfora

O grande destaque do futebol internacional, neste sábado, até nem teve que ver com futebol. O helicóptero que, habitualmente, transporta a direção do Leicester despenhou-se junto ao estádio. Ainda não há confirmação de quem estava a bordo, mas a BBC já avançou que o presidente do clube era um dos passageiros. Seguiremos esta história durante o dia. 

Em matéria de bola, houve algumas coisas engraçadas. Voltou o show Ronaldo, em Itália, Insúa foi expulso aos oito minutos, na Alemanha, e Rafael Leão estreou-se a marcar, em França. Nota ainda para a titularidade de Kevin Rodrigues, em Espanha, e para Nuno Espírito Santo, que voltou a perder. E Scolari já poderia ter uma mão no título.

Por fim, duas trivialidades: veja uma lista de onze renovações de contrato recentes, no futebol europeu, e as palavras de Stones sobre Guardiola.