Portugal
Svilar, Rúben Dias e Diogo Gonçalves são os rostos de "um novo ciclo" do Benfica
2017-10-29 14:00:00
Vitória introduziu sangue novo no onze mas as exibições não gerem consenso e a aposta em Filipe Augusto levanta dúvidas

Svilar, Rúben Dias, Diogo Gonçalves e Filipe Augusto são o rosto de “um novo ciclo” do Benfica prometido por Rui Vitória depois do empate com o Marítimo e de uma série de seis jogos em que as águias só venceram um contra dois empates e três derrotas. O quarteto tem sido titular em simultâneo nos últimos três jogos e a aposta vai manter-se. Três vitórias e uma derrota, esta para a Champions com o Manchester United, é o saldo dos últimos quatro jogos em que o treinador dos encarnados introduziu sangue novo no onze, mas as exibições continuam sem convencer.

O guarda-redes belga, de 18 anos, substituiu Júlio César na baliza no jogo com o Olhanenses para a Taça de Portugal e não mais saiu de lá. Mesmo depois do golo muito consentido diante o Manchester United, que custou a derrota ao Benfica, o treinador dos encarnados foi firme na reação. “Não há qualquer problema em relação ao Svilar. É craque e vai ser um guarda-redes de grande nível. Joga já no próximo domingo [com o Aves]”. Até o próprio Mourinho saiu em defesa do jogador.

O defesa central Rúben Dias, de 20 anos, a exemplo de Svilar, foi lançado a titular, frente aos algarvios, formando dupla com Luisão, beneficiando das lesões de Jardel e Lisandro, e também de lá nunca mais saiu, estando nos últimos quatro jogos dos encarnados. Terça-feira, em Manchester, voltará a ser titular mas terá um novo companheiro no eixo da defesa, por força do castigo de Luisão, que foi expulso nos instantes finais da partida com o United, na Luz. Lisandro ou Jardel, um deles será opção, mas os dois apresentam um défice de utilização. Jardel não joga desde 1 de outubro e surge no boletim clínico do clube desde o jogo com o Marítimo (getsão de esforço), ele que ficou ligado à goleada sofrida em Basileia (5-0). Lisandro não joga desde 12 de setembro, aquando da derrota com o CSKA para a Liga dos Campeões, por 2-1, mas tem entrado nas últimas convocatórias o que pode ser um sinal de que seja ele a avançar.

O extremo Diogo Gonçalves, de 20 anos, entrou na equipa na receção ao Manchester United e não acusou o toque de uma estreia na Liga dos Campeões e logo num contexto de exigência elevada. Não mais largou a titularidade, tanto no 4x3x3 com que o Benfica enfrentou a equipa de José Mourinho como no 4x4x2 com que os encarnados venceram Aves (3-1) e Feirense (1-0).

A outra cara nova no novo ciclo do Benfica, e aquela que tem suscitado maior polémica, é a de Filipe Augusto. A condição física de Pizzi lançou o médio brasileiro de 24 anos como titular neste novo ciclo formando dupla com Fejsa nos jogos nacionais e usado num meio-campo a três contra o Manchester United, com Fejsa e Pizzi, desenho tático que deverá voltar a ser usado em Old Trafford. Pizzi que foi suplente utilizado nos últimos dois jogos, diante o Aves e Feirense.

Caso diferente é o de Douglas, que em Old Trafford deverá render André Almeida, castigado depois de ter sido expulso em Basileia. O lateral direito brasileiro tem dois jogos a titular, com o Olhanense e frente ao Manchester United, na Luz.

A mudança de sistema é outra das novidades introduzidas por Rui Vitória neste novo ciclo. Frente ao Manchester United a equipa surgiu em 4x3x3, com Aves e Feirense voltou ao habitual 4x4x2. A alteração prende-se com a necessidade de em jogos mais difíceis o Benfica ter um maior preenchimento do meio-campo (três unidades), enquanto em Portugal o treinador dos encarnados entende que, face à marcação cerrada dos adversários, é preciso jogar com dois avançados. "É natural que existam mudanças no modelo de jogo, não é tão permanente como em anos anteriores", admitiu o treinador do Benfica no canal do clube. O debate continua.