Portugal
FC Porto atinge “as duas variáveis possíveis” para sair do fair-play financeiro
2021-05-18 18:35:00
Fernando Gomes esclarece vendas ‘obrigatórias’ de Danilo e Vitinha

O administrador financeiro da SAD do FC Porto, Fernando Gomes, adiantou esta tarde que os dragões atingirem “as duas variáveis possíveis” para deixarem de estar sob a alçada do mecanismo de fair-play financeiro da UEFA.

Em causa está um encaixe de 36 milhões de euros com as vendas de dois jogadores que se encontram emprestados a PSG e Wolverhampton. O clube inglês já está obrigado a contratar Vitinha em definitivo, enquanto o emblema francês está prestes a ativar a cláusula de compra obrigatória de Danilo.

“Para atingirmos a saída do fair-play financeiro, havia duas variáveis possíveis”, explicou Fernando Gomes: “A transferência definitiva do Danilo ao PSG, se ficasse em primeiro ou em segundo lugar, o que vai acontecer, e a transferência definitiva do Vitinha para os ‘wolves’, se ficassem na primeira divisão, o que também já aconteceu”.

Essas vendas representam um encaixe de 36 milhões de euros que libertam de vez os azuis e brancos da pressão do fair-play financeiro, ao mesmo tempo que reduzem a necessidade de vender jogadores no próximo mercado de transferências para aliviar as contas.

À margem da apresentação do novo quadro financeiro da SAD do FC Porto, Fernando Gomes destacou também a “tranquilidade financeira” que o segundo lugar no campeonato trouxe às contas dos dragões, duas semanas depois de ter avisado que a qualificação direta para a fase de grupos da Liga dos Campeões seria “absolutamente inevitável” para a saúde financeira do FC Porto.

Quanto ao novo quadro financeiro da SAD, o administrador salientou a elevada procura que o empréstimo obrigacionista lançado pelos dragões tem registado. “Ultrapassaremos os 50 milhões de euros hoje”, antecipou Fernando Gomes, convicto de que o FC Porto vai conseguir atingir os 70 milhões de euros da operação.

O sucesso desta operação permitirá à SAD do FC Porto dispensar o empréstimo obrigacionista projetado para junho, mês em que será liquidado o reembolso do empréstimo de 2018-2021.

"A oferta pública de subscrição de obrigações do FC Porto SAD 2021-2023 está a correr acima do espectável. Tínhamos planeado subscrever 35 milhões de euros, mas, desde ontem [segunda-feira], superamos esse objetivo. Como há um excesso de procura, vamos tentar chegar aos 70 milhões e decidimos cancelar um outro empréstimo obrigacionista que íamos lançar em junho", explicou.

O administrador da SAD do FC Porto disse sentir "um entusiasmo por parte dos investidores" neste instrumento financeiro lançado pelo emblema ‘azul e branco', considerando haver uma conjetura favorável no mercado para que o objetivo do 70 milhões seja alcançado até a sexta-feira.

"Amanhã [quarta-feira] vão entrar no mercado 750 milhões de euros em reembolsos de Obrigações de Tesouro Com Rendimento Variável, emitidos pelo Estado, que tinham uma taxa de 2,2%. Ou seja, o mercado ficará com excesso de liquidez e o FC Porto pretende sensibilizar os pequenos e médios investidores a aplicarem parte desses rendimentos, mas apresentando uma taxa de 4,75%, com juros pagos semestralmente, e com o reembolso a ser feito em novembro de 2023", detalhou Fernando Gomes.

O dirigente revelou, por fim, que se o empréstimo obrigacionista de 70 milhões de euros em vigor não for absorvido, na totalidade, pelos investidores, "a diferença será reposta pelos meios financeiros habituais do FC Porto", podendo ser ponderado, no futuro, a emissão de uma nova operação.