O duelo entre Estoril e FC Porto para o campeonato continua em risco de ser adiado dado o surto de covid-19 que a formação canarinha enfrenta por esta altura. Os dragões e os estorilistas aguardam para saber se há ou não condições dentro dos regulamentos para que a partida tenha lugar e, até lá, a discussão é grande no futebol nacional, até porque os regulamentos foram feitos há poucas semanas e há quem defenda que o FC Porto está salvaguardado no caso de não querer adiar a partida.
"Andamos há anos com a tanga da verdade desportiva", lamentou Pedro Henriques, sustentando que seria importante que os clubes pudessem encontrar uma solução robusta nos regulamentos para enfrentar o contexto pandémico. E, nesse sentido, o antigo futebolista destaca que os clubes deveriam, em recente Assembleia onde foram mudados os regulamentos, ter determinado a obrigatoriedade de uma equipa ter de ir a jogo se tivesse 13 jogadores no plantel, mas que esses 13 fossem da equipa principal.
"Era importante que os 13 jogadores fossem da equipa principal para isto não ser tão fácil para o adversário", detalhou Pedro Henriques, indicando que o nome das equipas envolvidas no caso concreto pouco lhe importanta, tentando que fosse viável uma solução ampla para todos os clubes que, por algum motivo, pudessem ter de enfrentar baixas em bloco no plantel.
"Fazer um jogo só porque sim não faz sentido", lamentou Pedro Henriques, considerando que compreende a posição dos dragões em não aceitarem o adiamento do embate no Estádio António Coimbra da Mota, no Estoril.
"É natural que o FC Porto não queira [adiar]", compreende Pedro Henriques que, em declarações na Sport TV, sublinhou que não alinha na conversa da verdade desportiva.
"Eu não falo de verdade desportiva", assegurou o antigo futebolista, considerando que não entra também em comparações entre o jogo Belenenses SAD-Benfica e este entre Estoril-FC Porto, até porque o Estoril "pediu adiamento".
Realçando que o emblema liderado por Pinto da Costa "está defendido pelos regulamentos", Pedro Henriques insistiu no conselho para que os clubes se voltem a sentar à mesa para negociar os regulamentos no contexto pandémico.
"Não me parece justo e sério que não se faça melhor", considerou o antigo jogador de futebol, apelando a que não metam 'ao barulho' os delegados de saúde.
"Os delegados de saúde e médicos têm que ter outro tipo de preocupações", avisou Pedro Henriques, insistindo que "aceite o FC Porto ou não, os regulamentos estão quentinhos".
"O FC Porto tem a legitimidade de dizer que vai pelos regulamentos. Os outros vão falar todos. Aproveitem o tempo para melhorar o regulamento", concluiu o ex-jogador de futebol.