A ex-eurodeputada portuguesa ia participar numa conferência sobre corrupção no desporto, que iria decorrer em Florença, Itália, mas que acabou por ser adiada, em virtude do Covid-19.
Nesse evento, Ana Gomes iria ler uma carta escrita por Rui Pinto. Uma vez que não pôde fazê-lo, decidiu partilhar a missiva.
“Como cidadão, cumpri simplesmente o meu dever, ao ajudar a expor este e outros crimes, e mesmo sabendo de antemão da primitiva perseguição de que os denunciantes são alvo em Portugal, voltaria a fazê-lo”, garante.
O fundador do Football Leaks – que está em prisão preventiva por alegada tentativa de extorsão e que responde por diversos crimes – aborda a também relevância do papel dos denunciantes.
“O Luanda Leaks é o exemplo mais recente de que os denunciantes e o jornalismo de investigação são essenciais para a nossa Democracia”, começa por escrever.
Rui Pinto aponta inércia da Justiça, “durante anos, e apesar dos constantes alertas de que Portugal se tornara numa plataforma de lavagem de dinheiro da cleptocracia angolana”.
“As autoridades judiciárias e de regulação nada fizeram”, critica ainda.
Hoje eu deveria estar Florença @EuropeanUni a participar “High-Level Policy Dialogue on Corruption in Sports Governance” organizada por @MaduroPoiares. Pedi @RuiPinto_FL q escrevesse mensagem p/ali ler em seu nome. Covid19 adiou conferência.Aqui fica mensagem. pic.twitter.com/sm8tMjoUxO
— Ana Gomes (@AnaMartinsGomes) March 5, 2020