Com a justiça a mostrar-se publicamente particularmente ativa nos últimos tempos, em várias áreas de atividade, nomeadamente o desporto, várias têm sido as figuras que, depois de serem presentes a um juiz de instrução criminal acabam com medidas preventivas aplicadas, não raras vezes, com a obrigatoriedade de permanência na residência.

Pouco tempo depois de ser conhecida a medida de coação aplicada a César Boaventura no âmbito do processo 'Malapata', Rui Pinto deixou uma mensagem nas redes sociais, embora em momento algum tenha referido ou mencionado o nome do empresário que foi detido pelas autoridades.  "Nos últimos anos temos visto uma panóplia de detidos por indícios de fraude fiscal, branqueamento ou burla, saírem pelo próprio pé do tribunal graças a medidas de coação como cauções ou obrigação de permanência na habitação".

Em mensagem deixada na rede social Twitter, o autor do portal Football Leaks, em jeito irónico, acaba por dar conta de uma referência que lhe tocou particularmente. "Só o denunciante foi contemplado com prisão preventiva", assinalou Rui Pinto.

O especialista informático, que nos últimos anos divulgou alguns documentos privados de negócios relacionados com o futebol mas também relativos a outras matérias financeiras em Portugal e não só, foi detido na Hungria, acabando por ser encaminhado pelas autoridades para Portugal onde tem estado detido.

Rui Pinto, que está a ser julgado no âmbito do processo Doyen, conta com proteção dada por parte das autoridades policiais, sendo que a sua localização não é atualmente conhecida, para sua segurança.

Nos últimos tempos, nos chamados processos mais mediáticos, em Portugal, o antigo ministro da Economia Manuel Pinho acabou por ser mandado para prisão domiciliária, enquanto que também César Boaventura, na operação 'Malapata', também viu o juiz de instrução, do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) do Porto, aplicar-lhe idêntica medida de coação, enquanto espera por desenvolvimentos da investigação.

No caso do empresário César Boaventura, o Ministério Público acredita que este possa ser o líder de um "esquema" de fraude fiscal e branqueamento, que a polícia tem estado a investigar nos últimos tempos.

Este caso mereceu já um esclarecimento por parte quer de Benfica quer de Sporting, uma vez que os dois emblemas lisboetas foram alvo de buscas por parte das autoridades na sequência deste caso.

Quer águias quer leões confirmaram as buscas mas garantiram nada terem que ver com o objeto da investigação por parte das autoridades judiciais, mostrando-se disponíveis para toda e qualquer colaboração.