A escolha de uma deputada para presidir ao Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol é já alvo de críticas públicas, por parte de personalidades como Miguel Poiares Maduro e Tariq Panja.
Em causa está a indicação de Cláudia Santos, deputada eleita pelo PS, para cabeça de lista ao CD na recandidatura do atual presidente da FPF, Fernando Gomes.
Para o ex-ministro Miguel Poiares Maduro (PSD), que também foi dirigente da FIFA, esta escolha significa uma manutenção da 'teia' de relações entre a política e o futebol.
"O princípio da separação entre a política e o futebol continua a ser usado apenas quando serve ao futebol...", comentou, nas redes sociais, o ex-dirigente da FIFA que foi "afastado", nas palavras dele, por tentar mudar uma "cultura de resistência ao escrutínio e à transparência".
Recorde-se que o ex-ministro foi dos primeiros políticos a reagir ao artigo do New York Times que equiparava o Benfica a um "Estado soberano".
Esse artigo foi escrito por Tariq Panja, que também abordou a escolha de uma deputada para presidir ao CD da FPF, dado que os apoios já declarados a Fernando Gomes asseguram uma reeleição sem qualquer dificuldade.
"Em Portugal, onde o desporto e a política parecem estar sempre misturados, o presidente da federação de futebol escolheu uma deputada do partido no governo para presidir ao corpo disciplinar", escreveu o jornalista do New York Times, também nas redes sociais.
O CD é atualmente presidido por José Manuel Meirim, que passará a assessor jurídico de Fernando Gomes.