António Veloso, figura incontornável do Benfica na década de 80 e 90, falou sobre o Estádio do Jamor não receber a final da Taça de Portugal.

Em declarações à Renascença, o antigo defesa de 63 anos revela que “faz confusão” o porquê do palco de Oeiras não receber o encontro entre Benfica e FC Porto, indicando que basta limitar o número de espetadores ou jogar à porta fechada.

Ao mesmo tempo, Veloso relembra as condições do Estádio do Jamor e pensa que a “lógica” seria realizar lá a final.

“Faz-me muita confusão esta situação. Porque se pode jogar noutro estádio e no Jamor não, se os jogos são à porta fechada? O Estádio Nacional é mais aberto que os outros, mas, se lhe faltam condições, teriam tempo até lá para as criar. Basta limitar o número de espetadores ou jogar à porta fechada. O Jamor tem uma abertura diferente e o ar é mais puro, a lógica seria jogar lá como tem acontecido sempre”, afirmou o ex-jogador do Benfica.

A última vez que a final da Taça de Portugal foi jogada fora do Estádio Do Jamor aconteceu em 1982/83, no Estádio nas Antas, onde o Benfica derrotou o FC Porto, por 1-0, com um golo de Carlos Manuel.

Veloso, titular nesse encontro, recorda o encontro e a “satisfação dupla” de ter ganho essa competição ao rival.

“Foi uma satisfação dupla visto que que ganhámos a Taça de Portugal, mas, também, porque foi na casa do adversário. Tivemos que jogar nas Antas, apesar do normal ser jogar as finais de Taça no Estádio Nacional”, comentou.

O ex-futebolista das águias relembra que a Federação Portuguesa de Futebol (FPF) cedeu à pressão do FC Porto, o que tornou mais difícil a tarefa da equipa treinada, na altura, por Sven-Göran Eriksson.

“Nesse ano, a FPF cedeu à pressão exercida pelo FC Porto e o jogo realizou-se nas Antas. Para nós tornou-se difícil, mas só tínhamos uma coisa a fazer que era ganhar a partida e trazer a Taça para Lisboa”, completou.

Ao serviço do Benfica, Veloso realizou 635 jogos com a camisola das águias, tendo ganho a ‘prova raínha’ do futebol português por seis vezes.