O Benfica vai a eleições no próximo mês, na sequência da saída precipitada no tempo de Luís Filipe Vieira, na sequência da detenção no âmbito do processo 'Cartão Vermelho'. Rui Costa, que era vice-presidente da direção de Vieira, rendeu o empresário no cargo de líder do clube e da SAD e, na altura em que tomou posse, assumiu que iria avançar com uma consulta dos associados em urna.

Na última semana, o 'maestro' e o seu elenco diretivo apresentaram a demissão, com o clube a avançar para um período de eleições, que vão ter lugar no próximo dia 9 de outubro. Só que o calendário institucional apresentado pela Mesa da Assembleia Geral do Benfica, órgão responsável pela realização do ato eleitoral, não agrada a João Noronha Lopes, antigo candidato à presidência das águias.

Ainda que não tenha revelado se vai, ou não, novamente a votos, Noronha Lopes critica a forma como o processo eleitoral está a ser conduzido pela Mesa da Assembleia Geral do Benfica. E faz referências ao tempo de Luís Filipe Vieira contra quem concorreu, acabando por perder, numa eleição que contou também, na altura, com Rui Gomes da Silva a votação.

"Desengane-se quem pensa que saída de Luís Filipe Vieira fez voltar cultura democrática ao Benfica. A pior face do Vieirismo continua bem presente na atual direção e neste presidente da Mesa da Assembleia Geral", assinala João Noronha Lopes, num comunicado partilhado nas redes sociais, neste domingo.

Para o antigo candidato à liderança encarnada, que ainda não revelou se irá ou não a votos, um ato eleitoral "não se planeia com taticismos delineados ao sabor de resultados desportivos e a democracia não se cumpre porque alguém respeitou uns prazos sem respeitar mais nada".

"A última eleição do clube decorreu em condições indignas da nossa história e dos nossos valores. Um ano depois, com um presidente que anunciou o início de uma era de transparência na vida do clube, é pedido aos sócios que participem numa nova eleição cujas regras serão anunciadas, na melhor das hipóteses, a três semanas do ato eleitoral".

Para João Noronha Lopes, "desta forma, afasta-se deliberadamente a possibilidade de um debate alargado e esclarecedor e omite-se a possibilidade de reflexão sobre os motivos pelos quais se chegou a aqui e sobre as formas de evitar que situações idênticas se venham a repetir".

"O Benfica tem de deixar de tratar os momentos mais importantes da sua vida institucional como se fossem meras formalidades. O respeito pelo clube e pelos sócios mede-se em momentos como este", concluiu João Noronha Lopes.

Ainda antes da realização da Assembleia Eleitoral no Benfica, os associados vão ser chamados para uma Assembleia Geral Extraordinária que foi solicitada por um grupo de sócios.