Portugal
“Porque é que Soares Dias não despe a camisola?”, pergunta Capristano
2021-05-07 09:15:00
Ex-dirigente do Benfica critica árbitro do clássico e lembra expulsão de Gonçalo Inácio, no SC Braga-Sporting 

O antigo vice-presidente do Benfica manifestou-se revoltado com a arbitragem de Artur Soares Dias, considerando que o juiz “teve influência no resultado do jogo” entre Benfica e FC Porto, que terminou empatado a um golo.  

José Manuel Capristanconsidera que há erros que prejudicaram o Benfica, no clássico de ontem, defendendo que Artur Soares Dias não consegue “despir a camisola”, sugerindo que o juiz da AF Porto é adepto do clube da Invicta. 

Lembram-se do SC Braga-Sporting? O árbitro foi Soares Dias, que expulsou um defesa do Sporting de uma forma muito menos contundente do que hoje. Porque é que Soares Dias não despe a camisola?”, perguntou, no Liga D’Ouro. 

“Eu ano nisto há muitos anos e não sou ingénuo. Não digo que é ‘ladrão’. Mas como Artur Soares Dias tem muita experiência, é habilidoso. Em todos os lances duvidosos, foi sempre contra o Benfica”, acrescentou. 

Capristano sustenta este raciocínio no critério disciplinar do árbitro. Segundo o ex-vice-presidente do Benfica, “Sérgio Oliveira e Pepe deveriam ter sido expulsos”. O juiz da partida assim não entendeu e, “na primeira falta de Julien Weigl, mostra imediatamente o cartão amarelo”. 

O ex-dirigente encarnado apontou também o dedo a José Fontelas Gomes, presidente do Conselho de Arbitragem e responsável pela nomeação. E revelou mesmo que “não há nenhum país do mundo em que o mesmo árbitro faça a esmagadora maioria dos clássicos”. 

É sempre este árbitro. E eu sei que este árbitro tem negócios na cidade do Porto. E eu sei que este árbitro vive na cidade do Porto. Também tem família, também tem filhos, também tem mulher. Aliás, Sérgio Conceição disse que era o melhor árbitro português e que, nos jogos do FC Porto queria Soares Dias. Ele disse-o, não mandou dizer por ninguém. Tinha muita coisa para dizer, mas não quero ir além”, assinalou, num comentário no Liga D’Ouro. 

José Manuel Capristano lembra, à margem do jogo, a presença de Sérgio Conceição no banco, depois de suspenso o castigo, em resultado de uma providência cautelar apresentado pelo técnico. 

A primeira vergonha que sinto do futebol nacional foi o facto de Sérgio Conceição estar sentado no banco. E não me venham comparar com o Rúben Amorim, que foi castigado agora de algo que ocorreu há meio ano. O Sérgio Conceição foi castigado por algo que ocorreu na semana passada e que toda a gente viu. Por favor, não acabem com o futebol em Portugal. Não acabem com o crédito que o futebol ainda tem. Mas que raio de indústria é esta?”, questiona. 

“O futebol está adulterado em Portugal. As nomeações são mal feitas. Não se respeita o próprio árbitro. Eu pergunto: se as decisões do Conselho de Justiça e o Conselho de Disciplina são revertidas pelo TAD, o que é que estão lá a fazer? Demitam-se. E o que é que o presidente da Federação e da Liga fazem? Não dizem uma palavra. Estão a matar a indústria do futebol em Portugal, completa, numa visão muito crítica sobre as diversas incidências do desporto-rei, desde arbitragem à disciplina.