O FC Porto enfrenta um dos momentos mais decisivos em mais de 40 anos, com Pinto da Costa a ter, mais que nunca, oposição mediática na pessoa de André Villas-Boas, antigo treinador e sócio do clube portista, que desde cedo começou a ser portista, ainda do tempo do Estádio das Antas, levando depois o Estádio do Dragão a sentir uma das suas páginas de glória enquanto treinador, vencendo, entre outros troféus, uma edição da Liga Europa da UEFA.

André Villas-Boas dizia, então, que estava na sua "cadeira de sonho", mas pouco tempo depois acabou por sair para o Chelsea, com os londrinos a deixaram uma quantia milionária, à época, pela contratação do treinador, que treinou também o Tottenham, o Zenit, da Rússia, e o Marselha, em França, por exemplo.

Mas André Villas-Boas nunca perdeu verdadeiramente a ligação ao clube que ama, o FC Porto, e manteve-se sempre atento e, ao longo do tempo, assumiu sempre o desejo de, um dia, ser presidente do FC Porto.

Nos meses mais recentes, o desejo de ser presidente começou a tornar-se mais real, precisando, claro, de passar pelo processo eleitoral, visto que a decisão será dos associados.

Com as contas da SAD do FC Porto a enfrentarem problemas nos últimos anos, alguns sócios têm apontado críticas à gestão de Pinto da Costa e André Villas-Boas já foi um deles, lamentando a situação financeira do clube nortenho.

Por isso, o clima de divisão no FC Porto passou a ser mais vincado, com notória visibilidade na última Assembleia Geral Extraordinária, a 13 de novembro de 2023, que terminou com confrontos físicos entre adeptos.

André Villas-Boas foi aplaudido à chegada ao Estádio do Dragão por vários adeptos e, depois do ocorrido na Assembleia Geral, lamentou os episódios de violência entre sócios do FC Porto.

Tais acontecimentos tiveram lugar poucas semanas depois de os muros de casa de André Villas-Boas terem aparecido com inscrições em tom intimidatório e, já depois da Assembleia Geral, passados poucos dias, foi o segurança de André Villas-Boas que foi agredido, tendo de ser levado para o hospital.

"Não podemos ter um presidente que tenha medo dos sócios, a não ser que queira criar divisões"

Perante o clima que se vive na cidade Invicta, o Record entrevistou Martins Soares, o sócio que, em tempos, concorreu contra Pinto da Costa para a presidência do FC Porto. Este associado declara que, nessa altura, não teve problemas com episódios de violência como aqueles que André Villas-Boas se queixa.

De resto, Martins Soares chega mesmo a dizer que o ex-treinador portista começou a falar "muito cedo". "Eu não tenho nada contra o André Villas-Boas, mas acho que começou a falar muito antes do tempo", afirmou Martins Soares.

Por outro lado, Martins Soares entende que o presidente do FC Porto tem de ter uma posição vincada, realçando que não pode ter medo de enfrentar os associados.

"Não podemos ter um presidente que tenha medo dos sócios, a não ser que queira criar divisões", avisou Martins Soares, em declarações ao Record, dando conta mesmo que, se Pinto da Costa não avançar para as eleições de 2024, será o próprio Martins Soares a lançar novamente uma candidatura, como já o fez no passado.

E Martins Soares apresenta as suas justificações. "Não vejo ninguém com capacidade para a presidência além de Pinto da Costa", concluiu Martins Soares.