Portugal
Jorge Simão enganou-se... traído por um penálti e autogolo
2018-09-21 23:05:00
O GD Chaves venceu o Boavista, por 2-1. Os axadrezados tiveram mais bola e remates, mas os flavienses foram eficazes.

Jorge Simão estava enganado. Na antevisão ao Boavista-GD Chaves, o treinador dos axadrezados perspetivou que não iria haver uma discrepância entre as duas equipas na posse de bola e no número de remates, mas não poderia estar mais errado. É que a pantera negra juntou 21 remates aos 63 por cento de posse de bola, sendo que os flavienses remataram apenas cinco vezes em todo o encontro. No entanto, foram precisamente os transmontanos que fizeram valer a eficácia para sair do Estádio do Bessa com os três pontos e um triunfo por 2-1. A resposta ao equilíbrio inicial começou com um penálti, teve um autogolo pelo meio, e terminou com a equipa da casa a tentar asfixiar o oponente nos instantes finais.

O momento do jogo teve lugar aos 34 minutos, quando João Pinheiro assinalou grande penalidade, após um lance entre Neris e William na área do Boavista. Foram várias as repetições mostradas, mas mesmo assim o lance é de difícil juízo. No fim de contas, a decisão foi mesmo a que ficou e Marcão foi chamado à marca dos onze metros. O central brasileiro não tremeu e colocou o Chaves em vantagem no marcador. O golo flaviense surgiu numa primeira parte, com muitas faltas, em que o equilíbrio foi a nota dominante, com ambos os conjuntos a marcarem presença na área dos adversários, mas sem conseguirem efetivamente criar oportunidades claras de fazer balançar as redes contrárias. Os axadrezados responderam com o aumento da pressão em busca do empate.

Assim se pensava que seria também o início do segundo tempo, com o Boavista a tentar repor a igualdade no resultado. Era essa a estratégia de Jorge Simão… que foi traído por um autogolo da própria equipa, num lance que pode chamar-se de ‘feliz’ para o Chaves. Foi logo aos 48 minutos que Ghazaryan teve a destreza de rematar - após uma assistência de Niltinho -, de fora da área do Boavista, com o esférico a desviar num adversário e a embater no poste. Ora, o lance não terminou. A trajetória da bola depois de ir ao ferro da baliza foi até às costas do guarda-redes Helton, que mal se apercebeu do que tinha acontecido quando olhou e viu a bola no fundo das redes. 2-0 para o Chaves… mas, numa partida em que as equipas são conhecidas por não baixar os braços, não seria de esperar que isto ficasse por aqui.

A turma de Daniel Ramos até conseguiu melhorar com o aumento da vantagem no marcador. O Chaves estava bem e confortável no jogo, mas foi aí que começou a surgir a resposta axadrezada. O Boavista subiu no terreno, aumentou a pressão aquando da perda de bola, teve mais tempo o esférico nos pés e conseguiu culminar todo esse esforço com o golo de Rochinha, aos 60 minutos. O lance nasceu de um cruzamento de Falcone, com Fábio Espinho, já dentro da área dos transmontanos, a amortecer para Rochinha desferir o golpe fatal para a baliza de Ricardo. O Boavista voltava, assim, às contas do jogo e o nível futebolístico aumentou.

A premissa dos últimos minutos da partida viu o Boavista tentar, a todo o custo, chegar ao empate e o Chaves a almejar manter a vitória no bolso. As duas equipas foram capazes de esboçar lances ofensivos na reta final do encontro, por vezes com maior critério do que noutras, e a superioridade do conjunto da casa aumentou com o passar dos minutos. Tanto que se viu, de quando em vez, os jogadores dos flavienses a tentar ‘queimar’ tempo de jogo, mas nada de grandes exageros. O Boavista teve mesmo a oportunidade fulcral para o golo já no tempo de compensação, mais precisamente aos 90+5’, mas Ricardo estava lá para segurar uma vantagem que Paulinho poderia ter aumentado dois minutos antes, depois de uma iniciativa individual que espantou tudo e todos. Pois bem, à partida para este duelo estavam duas equipas em jejum de triunfos, ambas à procura de voltar a festejar uma vitória, o que já não acontecia desde meados de agosto… e no fim foi o Chaves a levar os três pontos para Trás-os-Montes.