Portugal
"Fui metido à martelada neste processo de Alcochete", diz Bruno de Carvalho
2019-11-15 12:40:00
Ex-presidente do Sporting em declarações no espaço de comentário na rádio 'Estádio'

Bruno de Carvalho assumiu que foi arrolado no processo do ataque a Alcochete "à martelada pela procuradora do Ministério Público". "Fui detido de uma forma vergonhosa", acusa o ex-presidente do Sporting.

"Nunca estive proibido de me deslocar ao estrangeiro. Podia, bastando comunicar, deslocar-me. Não é pedir autorização, é informar", referiu Bruno de Carvalho, explicando que recebeu os telemóveis que tinham sido apreendidos e recebeu-os com uma novidade e surpresa, nas últimas semanas.

"Foram-me devolvidos os meus telemóveis com os códigos colados atrás, que dei no dia em que foram apreendidos. O meu espanto foi quando no telemóvel principal tinha um código alterado. Foi pedido que, como é lógico, de como estamos a falar do mandante, do terrorista-mor e isto não podia acontecer, que devolvessem os códigos novos. Quando pedi para nos ser dado o conteúdo do telemóvel foi-nos dito que não percebem a pergunta, porque nunca tocaram nos telemóveis até porque nenhum juiz pediu para apreender os referidos telemóveis", salientou o ex-presidente do Sporting, em declarações no espaço de comentário na rádio 'Estádio'.

O ex-líder do Sporting salienta que "nunca, afinal, foram alvo de uma perícia" os seus telemóveis.

"Se sou suspeito de ser o mandante de um crime de terrorismo, quem é que acredita que um verdadeiro suspeito, afinal nunca foi alvo de uma ordem de perícia aos telemóveis? Não há nenhuma prova que me ligue a isto. Nunca fui suspeito. E não estou a ser irónico. Todos os restantes arguidos foram alvo de perícia em telemóveis e computadores. Não sei se as pessoas têm a noção desta barbárie. Fui metido à martelada neste processo."

Bruno de Carvalho criticou a forma como o seu nome foi arrolado neste processo e declarou-se inocente nesta situação.

O início do julgamento do processo do ataque à academia de futebol do Sporting, em Alcochete, com 44 arguidos, entre os quais o ex-presidente Bruno de Carvalho, está agendado para 18 de novembro, no Tribunal de Monsanto, em Lisboa.