Portugal
David foi demasiado David e Golias, não sendo Golias, não se deixou surpreender
2018-10-18 23:40:00
Só num pequeno período do encontro o Benfica conseguiu ser sufocante mas nem por isso o Sertanense conseguiu aproveitar.

No duelo de David contra Golias, David foi demasiado David e Golias, não tendo sido verdadeiramente Golias, não se deixou surpreender. Rui Vitória convocou Francisco Ferro e Conti, mas foi com Alfa Semedo na posição de defesa central e com Samaris a meio campo que o Benfica entrou em campo. Apesar de um início de jogo com algum ascendente encarnado, mas sem ideias ofensivas que lhe permitissem criar um domínio claro nos instantes iniciais do encontro, só de forma esporádica o Benfica chegou à baliza sertanense. Fê-lo por Rafa logo aos quatro minutos e depois por Jonas aos dez. Em nenhum dos momentos, porém, situações claras de golo.

Essas tardaram a surgir. Se os primeiros quinze minutos mostraram um Benfica com dificuldade em ligar o seu jogo e em penetrar com qualidade no bloco adversário onde apenas uma interessante dinâmica e agressividade sem bola permitia à equipa de Rui Vitória recuperar a posse rapidamente, só perto da meia hora de jogo o Benfica voltou a ser perigoso com Rafa, com um remate extemporâneo, tirou tinta ao ferro. O lance acordou o Benfica e lançou o conjunto de Rui Vitória para o melhor momento no encontro, período em que Golias foi, verdadeiramente, colossal. Zivkovic, primeiro, e Jonas, depois, criaram as primeiras situações de um golo que se anunciava. Kevin de livre direto fez o único remate do Sertanense em todo o jogo pouco depois, mas foi Rafa quem chegou ao golo.

Rafael, guarda redes do Sertanense, mostrou ao longo do jogo dificuldades em segurar ou desviar bolas nas suas ações iniciais e foi num desses momentos incompletos que o Benfica chegou ao golo. Rafa reagiu de forma pronta a um remate de Zivkovic aos 35 minutos para encostar para golo. À terceira foi de vez. Em poucos minutos o Benfica criou três situações de golo, ações permitidas por um aumento da intensidade do momento com bola, com maior velocidade na circulação e com alguma facilidade permitiu desmontar a organização estoica do Sertanense até então com a primeira parte a não terminar sem que Rúben Dias, de cabeça, ficasse também ele perto do golo.

Mesmo sem carregar de forma intensa, o Benfica acabou por chegar à vantagem com alguma naturalidade e como sequência do melhor momento da equipa na partida. O Benfica mostrou que quando aumentou a velocidade na circulação, criou facilmente oportunidades de golo. O segundo, porém, chegou num momento diferente do jogo. Chegou do meio da rua, num remate imparável de Gedson, lance que deu início a uma espécie de concurso de talentos. Aos 57 minutos foi Samaris a atirar de longe para defesa de Rafael e pouco depois foi a vez de Hugo Barbosa disparar para defesa em vôo de Svilar, porventura, a melhor da noite. Espetacular, é certo, mas demonstrativo da incapacidade de ambas as equipas em penetrar no último terço, de forma organizada no bloco adversário durante aquela fase do encontro.

Algo que não foi o caso aos 68 minutos, quando uma incursão de Yuri Ribeiro pelo corredor esquerdo encontrou Jonas à entrada da área para disparo à meia volta do avançado brasileiro. Deu golo. O primeiro em cinco meses para Jonas. O golo terminou com o que restava da organização e capacidade do Sertanense. Até final, a João Félix, Rúben Dias e Samaris, mais uma vez do meio da rua, pertenceram as situações mais perigosas de um encontro em que David foi demasiado David e Golias, não tendo sido verdadeiramente Golias, só mesmo durante cinco minutos, não se deixou surpreender. No final, Sertanense zero, Benfica três.