Portugal
Bruno de Carvalho avisa jogadores, acusa Jesus e assume arrependimento
2018-05-12 08:20:00
O presidente do Sporting fez ainda acusações ao Benfica e a Luís Filipe Vieira

Bruno de Carvalho, presidente do Sporting, disse, com ironia à mistura, que o célebre texto partilhado pelos jogadores - após o "ralhete" público do presidente - teve o consentimento de Jorge Jesus. 

"Acha que um treinador permite que os jogadores fizessem aquilo que se escreveu ao seu presidente? Só pode ser invenção da comunicação social, porque, se fosse verdade, seria gravíssimo (...) têm de ser tudo invenções, não é? Era mau sinal haver um líder de balneário assim. E o líder do balneário é o treinador", começou por dizer, ironicamente, em entrevista ao "Expresso" (feita em duas partes, uma antes do jogo de Madrid), antes de questionar: "Você acredita que alguma coisa acontece no balneário sem o OK do líder? Um líder lidera".

Ainda sobre a polémica com os jogadores, Bruno de Carvalho reconhece que, hoje, não teria feito aquele post após o jogo com o Atlético Madrid e reconhece a precipitação, posteriormente, no processo disciplinar aos jogadores: "Precipitei-me, mas não fui o único". O presidente leonino explica ainda que ficou ofendido com os jogadores porque já estava combinada uma reunião entre o grupo e a administração, mas os jogadores anteciparam-se no texto publicado.

Apontar dedo aos jogadores e fazer aviso

"Estes jogadores não vêm de meios fáceis ou abastados e esquecem-se rapidamente (...) os atletas não percebem que são seres normais, cuja profissão é jogar à bola (...) eu não procuro o amor dos jogadores, porque o meu dever é defender o interesse do Sporting e gerir as emoçõesdos futebolistas que querem melhores contratos, mais dinheiro, sair para o estrangeiro, etc". "Há uma hierarquia que tem de ser respeitada e um líder que, às vezes, tem de dizer 'não'. Uma coisa garanto: só vão sair jogadores valiosos se alguém pagar a cláusula ou próximo disso". 

Oposição no clube após a polémica com os jogadores

"A montanha pariu um rato (...) a pequenina oposição pôs as garras de fora, mas veio o corta-unhas e cortou-as".

Quem manda no futebol português e acusação a Vieira

"Quando cheguei, achava que o poder estava num lado e, afinal estava noutro. Facilmente percebi que o Benfica tinha o poder". "Vocês ligaram alguma coisa quando o presidente do Benfca, na garagem da Liga, quis fazer um acordo em que ora ganhava ele ora ganhava eu? Foi numa reunião na Liga, em 2013/14, quando eles queriam expulsar o Mário Figueiredo. Não há imagens disso, nas câmaras da garagem, porque eles [Liga] dizem que apagaram. Quando uma pessoa faz uma proposta dessas, o resto não me espanta nada". O presidente leonino defendeu ainda que o título de 2015-16, conquistado pelo Benfica, teve base nos casos dos vouchers e dos e-mails.

Estilo de comunicação e de liderança

"Para ter sucesso, a primeira coisa a fazer é criar fama de maluco. Depois, é so mantê-la. É essa a minha estratégia de comunicação. 100% eficaz e eficiente". "O tipo de presidente que eu sou - o presidente-adepto - é o presidente do futuro".