Rui Pereira foi o mais recente responsável encarnado a sair do clube, no último ano, seguindo a mesma trajetória de Luís Nazaré e Álvaro Dâmaso, antigos presidentes das mesas da Assembleia Geral de clube e SAD, respetivamente. Dâmaso admite que se tratam de saídas de "três pessoas desconfortadas" com o rumo atual do clube encarnado.

Perante eventuais divergências internas, Álvaro Dâmaso explica que Luís Filipe Vieira "ser acossado por dentro não é normal". E por isso entende que algo se estará a passar dentro do Benfica. "Por vezes, há coisas que a imprensa não conhece e eu também não as sei. Mas não acho normal estas saídas."

Não se alongando em muitos comentários, Álvaro Dâmaso diz que o Benfica deve ser discutido de forma interna e não na praça pública. "As coisas internas do Benfica devem ser tratadas internamente", observou.

Em declarações ao jornal O Jogo, o antigo presidente da Mesa da Assembleia Geral da SAD do Benfica esclareceu ainda "nunca ter sido pressionado" pela direção de Luís Filipe Vieira mas não quis esclarecer os motivos que o levaram a abandonar a liderança da Mesa da Assembleia Geral da sociedade que gere os destinos do futebol profissional das águias.

Na única reação conhecida, até ao momento, por parte de Rui Pereira, o ex-ministro justificou a saída de presidente da Mesa da Assembleia Geral do clube por entender que existe falta de “necessário apoio” por parte da direção presidida por Luís Filipe Vieira no caso do agendamento de uma Assembleia extraordinária solicitada pelo Movimento Servir o Benfica, situação que a direção já teve oportunidade de, na sua versão, contrariar.

A saída de Rui Pereira tem dado que falar, nos últimos dias, com vários antigos dirigentes do Benfica a lamentarem a saída do até aqui presidente da Mesa da Assembleia Geral.

"Isto, do ponto de vista do Benfica, é mau, é negativo, é um presidente da assembleia geral", observou Braz Frade, sublinhando que "isto é um golpe sério quer no presidente Luís Filipe Vieira, quer no Benfica".

À margem desta situação, Luís Filipe Vieira enfrenta também a contestação dos adeptos e associados do emblema da águia, nomeadamente uma ação movida em tribunal pelo associado Jorge Mattamouros que espera que a iniciativa na justiça acabe por provocar a saída de Luís Filipe Vieira do cargo mais relevante na cúpula diretiva do Benfica.

Em declarações recentes, Jorge Mattamouros recusou a ideia de ser um "pau mandado" e disse que a "bomba" tinha de "rebentar" contra Luís Filipe Vieira.