Portugal
O debate entre os seis candidatos à presidência
2018-09-06 00:15:00
As ideias principais dos seis candidatos na corrida à liderança dos leões

Os seis candidatos à presidência do Sporting esgrimiram esta quarta-feira argumentos num debate realizado na TVI 24 em que falaram de tudo um pouco. Neste contexto, o Bancada deixa-lhe aqui algumas das questões discutidas tendo em vista o ato eleitoral a ter lugar no próximo sábado, dia 8 de setembro.

João Benedito abordou o desconhecimento do estado financeiro do clube de Alvalade, defendendo que "as coisas têm levado o rumo errado". O candidato falou da presença de um CEO na sua candidatura, sem, no entanto divulgar o nome. "Ninguém sabe na realidade o que se passa dentro do clube, nem sequer as pessoas que neste momento lá estão. Nós temos que passar para dentro do clube e deixar de ter nos órgãos sociais quem tenha conhecimento do que se passa dentro do Sporting. Com a figura de um CEO que seja transversal e que trate de todas as atividades não desportivas do clube. Nós não podemos ter, naquilo que é o ato de pelouros, informação reduzida. O Sporting tem sido prejudicado constantemente por isto. Nós não sabemos se temos um poço de petróleo ou um poço de pedras lá dentro (...) Não vou vender o clube a ninguém, venha o milionário que vier. Se for preciso, que fiquemos de bairro. Não vamos seguir o exemplo do Chelsea. Connosco o Sporting manterá a maioria do capital da SAD."

Frederico Varandas voltou a enfatizar a necessidade de o futebol ter êxito apostando na formação. "O Sporting tem de vencer no futebol. O futebol de formação tem de ser a base, com contratações que façam mais-valias. Temos de ter um rede de scouting em vários países para contratarmos os melhores jogadores. Temos de reativar a equipa B desde os distritais, porque todos os nossos rivais têm equipas B. Voltar a ter o melhor recrutamento a nível nacional, na faixa dos 6-8 anos. Temos 26 escolas e a rentabilidade é apenas no merchandising, temos de dar maior cobertura desportiva para ir buscar os melhores miúdos."

José Maria Ricciardi defendeu a necessidade premente de os leões serem campeões nacionais. "Este fosso que vai existir entre os clubes que estarão de um lado e os outros está a aprofundar-se. Benfica e FC Porto, pelo facto de terem ido à Champions, vão receber entre 40 a 50 milhões cada um. Se calhar vão receber 60 milhões no final e nós chegaremos a 10%... Este fosso vai acentuar-se ainda mais. A economia portuguesa é pequena para conseguir ter três clubes nesta globalização, por isso digo que o Sporting de passar a ser campeão, para ir à Liga dos Campeões. Uma prova que no futuro será uma Liga mundial... Clubes que antigamente eram de bairro são clubes mundiais. O Sporting precisa de lá chegar. Se não resolvermos o problema de tesouraria, é um problema que implica uma grande capacidade de gestão e de liderança. Se falharmos agora as consequências serão muito mais profundas."

Fernando Tavares não deixou de sublinhar a situação financeira dos leões. "Há uma falta de segurança e responsabilidade de quem gere o Sporting, não de agora mas de há uns anos a esta parte. Por vezes, sabem-se mais rápido noticias cá fora que os próprios colegas do Conselho Diretivo. Vamos trabalhar com muita responsabilidade. Não admitimos a quem quer que seja passe qualquer situação financeira do Sporting para a rua. Este problema que existe hoje na SAD é muito mau, começa-se a ver o passado. As pessoas estão mal habituadas e não têm responsabilidade. O Sporting só precisa de ter a coragem de fazer regressar o que é importante: a responsabilidade de um por todos e todos por um. Vamos conseguir fazer isso. Se não fizermos isto, não vamos conseguir fazer nada. O Sporting está na 2ª divisão europeia. Dois campeonatos em 40 anos é muito mau."

A comunicação interna e externa do Sporting foi um dos temas que gerou consenso, de forma negativa, em quase todos os candidatos à presidência do clube. Dias Ferreira criticou a forma como a comunicação tem sido feito pelo clube. "A comunicação do Sporting nos últimos anos foi um desastre completo, e se calhar perdermos os últimos campeonatos muito devido à má comunicação. Temos que passar a comunicar a uma voz, que represente a vontade geral, e não a uma voz imposta, que todos soubemos o que isso é. Temos que ter uma comunicação profissional, tratada por profissionais a sério."

Já Ru Jorge Rego afirmou que tem planos para a expansão da marca Sporting. "Tem-se falado muito aqui de medidas de longo prazo, que vão sempre demorar a ter efeito. Nós estamos posicionado com os nossos parceiros para ser mais rápido. Vamos apostar no Brasil e na China para que o Sporting passe a ser um clube mundial e vamos ver as receitas aumentar", frisou.