Cristiano Ronaldo dá continuidade à carreira em solo saudita ao serviço do Al Nassr, onde vai auferir um salário milionário, que não está ao alcance dos euros dos clubes europeus, ainda que tenha comprometido a competitividade da carreira, tendo deixado os palcos mais mediáticos para jogar numa liga pouco conhecida e considerada, pelo menos no Ocidente.

Alguns adeptos do Sporting lamentam que o atleta não tenha, por exemplo, tomado a opção de terminar a carreira de leão ao peito, voltando ao clube que o lançou no futebol, onde se formou e que até dá o nome à Academia de Alcochete. Ainda que a administração não tenha a folga orçamental do Al Nassr, há quem entenda que seria uma forma interessante de terminar uma carreira recheada de títulos, golos e recordes.

Antes de se mudar para a Arábia Saudita, em entrevista a Piers Morgen, ainda quando tinha contrato com o Manchester United, Cristiano Ronaldo lamentava alguns dos clubes aos quais o seu nome tinha sido associado.

"Eles [imprensa] até me ofereceram ao Sporting, ao Nápoles. Vou ser honesto, não tive muitos clubes mas tive muitas ofertas de outros clubes. A imprensa pressionou a dizer que ninguém me queria, eu estava feliz e motivado para estar aqui. Mas eles continuam a dizer que ninguém me queria. Como é que isso é possível com um jogador que na última época marcou 32 golos, contando com a Seleção", admitiu Cristiano Ronaldo.

Para Carlos Barbosa da Cruz, antigo dirigente dos leões, agora que Cristiano Ronaldo é jogador do Al Nassr, este espera que o madeirense tenha sucesso e não vê que alguma vez o camisola 7 tenha criticado o Sporting.

"Nunca ouvi o Ronaldo a minimizar o Sporting, antes pelo contrário", reconhece Carlos Barbosa da Cruz, em declarações num programa desportivo da CMTV.

Em todo o caso, o antigo dirigente dos leões diz que lamenta que a mãe de Cristiano Ronaldo não tenha feito força para o filho voltar ao clube que o formou.

"Estou sentido com a dona Dolores porque estava a contar muito com ela para convencer o Cristiano Ronaldo a vir para o Sporting", referiu Carlos Barbosa da Cruz, ironizando depois.

"Penso que havia um T4 disponível em Telheiras com bons acabamentos onde ele poderia descansar entre os treinos", disse o antigo dirigente dos leões.

"Eu não dou grande importância a essa rábula dos clubes portugueses", acrescentou também, esperando que o português represente o país na região do Médio Oriente.

"Se o Cristiano Ronaldo fez esta opção, e já se percebeu que o contrato envolve muito mais do que jogar futebol, e o que eu espero e desejo é que, como admirador incondicional do Cristiano Ronaldo, é que ele contribua para a renovação e rejuvenescimento do país cujo clube ele passa a representar", frisou Carlos Barbosa da Cruz, deixando um conselho a Cristiano Ronaldo.

"E da mesma maneira que eu faço esse voto, eu formulo um desejo sincero, é que ele não se deixe manipular. É muito grande", concluiu Carlos Barbosa da Cruz.