O jogador Edgar Costa acusou empresário Miguel Pinho de alegado suborno para perder com Benfica, de acordo com o que revela o jornal Expresso, onde é dito que o capitão do Marítimo o confessou à magistrada Andrea Marques. No referido periódico é indicado que "um ano antes, a SIC tinha exibido uma reportagem em que dois jogadores do Marítimo, sob anonimato, garantiam ter sido aliciados por empresários alegadamente ligados ao Benfica que lhes teriam oferecido dinheiro para jogarem mal de propósito".
Carlos Barbosa da Cruz, advogado e antigo dirigente do Sporting, diz que é preciso recolher elementos para se conduzir a investigação e admite que provar qualquer coisa nestes casos é sempre uma tarefa delicada para o Ministério Público. "O Ministério Público terá alguns indícios. Dizem que tem uma postura defensiva para evitar a prescrição. Há uma coisa que é óbvia e não é exclusiva de futebol. É uma prova é muito difícil mesmo admitindo a prova indireta", avisou o advogado.
Em todo o caso, o antigo dirigente do Sporting realça que não se revê nestas alegadas práticas e até dá o exemplo do processo Cashball, referindo que, no limite, os clubes podem não estar por trás das movimentações de empresários.
"Custa-me imenso que existam empresários que nem sei porque motivação ofereçam dinheiro a jogadores. Acho que é uma prática completamente reprovável", disse, prosseguindo.
"Diria mesmo repugnante para quem gosta da transparência no futebol. Agora, daí até implicar clubes vai um caminho distante", comentou Carlos Barbosa da Cruz, desafiando o Ministério Público a fazer o trabalho de investigação até ao fim.
"Compete ao Ministério Público recolher elementos e apresentar a prova perante o juiz. É prematuro com toda a franqueza", salientou Carlos Barbosa da Cruz, que falava em declarações num programa de desporto da CMTV, onde estava também o conhecido adepto e gestor portista Nuno Encarnação, que deixou a sua opinião a respeito desta divulgação.
"Isto é um enredo que é uma coisa assustadora que confina sempre no mesmo clube que é o Sport Lisboa e Benfica. Mas depois toda a gente diz que não conhece esta gente. Era mera curiosidade. Querem-nos convencer disto", destacou Nuno Encarnação.
Miguel Pinho, citado pela Renascença e contactado nas últimas horas, nega a acusação de Edgar Costa, classificando as acusações como "descabidas e sem fundamento".
"No Apito Dourado tivemos o café com leite, a fruta, os quinhentinhos"
Na defesa do Benfica, e presente no mesmo painel, o antigo diretor de comunicação encarnado João Malheiro diz que é preciso dar o "benefício da dúvida" e a "presunção de inocência".
"Eu lembro que no Apito Dourado tivemos o café com leite, a fruta, os quinhentinhos, a visita de um árbitro para conselhos matrimoniais na casa do presidente do FC Porto na véspera de um jogo. Isto nós soubemos e o Nuno anda a branquear", comentou Malheiro.