Portugal
“Basta de soberba, de incompetência e de decisões surreais. Basta”
2020-07-27 16:10:00
Frederico Varandas visado num artigo de Rita Garcia Pereira: "Época foi uma total desgraça"

Rita Garcia Pereira, que integrou a comissão de fiscalização no Sporting, tece duras críticas a Frederico Varandas, num artigo de opinião publicado no jornal Leonino.

“Parece ter findado o tempo da complacência e iniciado o momento de se agir. Basta. Basta de negócios estranhos. Basta de desaparecimentos nas derrotas e de aproveitamento das –poucas- vitórias. Basta de soberba, de incompetência e de decisões surreais. Basta”, escreve, num texto com título irónico: “o homem que sabe demais”.

A advogada critica a ausência do presidente, num momento em que o clube de Alvalade falha o objetivo de segurar o terceiro lugar e atinge uma marca negativa, de 17u derrotas numa época - o número mais alto da história do clube.

E recorrendo a uma metáfora, recomenda a Frederico Varandas que “saia da toca”, ou, mantendo-se nela, que trate de “marcar uma Assembleia-Geral”.

Rita Garcia Pereira lamenta ver o Sporting “dividido entre os que se agarram a um passado que também não nos trouxe grandes vitórias” – aludindo à liderança de Bruno de Carvalho –, e “aqueles que, mostrando idêntico saudosismo, parecem pretender voltar aos tempos da insolvência”.

A advogada entende que os méritos de Varandas no seu primeiro ano de liderança devem ser atribuídos a outros dirigentes.

“Tem-se sempre falado nos êxitos do primeiro ano de Varandas sem se ter, a maior parte das vezes, presente que a equipa já vinha da Direção anterior e que Cintra – goste-se ou não do homem – conseguiu repescar uns elementos da mesma, ao mesmo tempo que, é certo, fez negócios desastrados”, escreve.

Exemplo de um bom negócio foi o regresso de Bruno Fernandes, que rescindira contrato após o ataque em Alcochete e foi ‘resgatado’ por Sousa Cintra, sendo posteriormente vendido ao Manchester United.

“Para além de após o regresso ter sido um enorme jogador, continua a trazer dinheiro para o clube. Como adepta discordei muitas vezes de Cintra, mas achei bastante injusto que Varandas tivesse reclamado para si louros alheios”, realça Rita Garcia Pereira.

Ainda com Frederico Varandas como alvo, a advogada lembra que foi “prometido” aos sportinguistas que “o êxito no futebol" seria "fácil”.

“O que é certo é que a época foi uma total desgraça, persistindo o Sporting Clube de Portugal em ser um sítio de passagem de pouca permanência de atletas, alguns deles pagos a peso de ouro e com outras vocações muito mais evidentes do que saber chutar uma bola, e de treinadores”, lamenta.

A contratação de Rúben Amorim não entusiasma Rita Garcia Pereira: “Não fui das que acharam um rasgo de génio ir-se buscar um treinador que, na realidade, ainda não o é, por um montante astronómico ao Sporting Clube de Braga”

“Negócio que, a ser pago (o que, por motivos que me parecem de duvidosa legalidade, parece não ter sucedido), traria à sucursal do Benfica uma vantagem financeira assinalável”, aponta.