Ao bisar frente à Tailândia na edição deste ano da Taça Asiática, Sunil Chhetri chegou à marca dos 67 golos com a camisola da Índia, ultrapassando os 65 golos de Messi pela seleção argentina. 

A distância para Ronaldo (85 golos por Portugal) parece uma meta difícil de alcançar para o avançado de 34 anos que, ainda assim, figura nos 20 melhores marcadores de sempre de seleções. Zlatan Ibrahimovic, Drogba ou o brasileiro Ronaldo nunca chegaram a tal marca. 

Chhetri, ou o 'Capitão Fantástico', foi o responsável pela primeira vitória da história da Índia na competição em 55 anos. 

A caminhada de Sunil pela seleção indiana começou, desde logo, com um marco histórico: estreou-se a marcar em 2005, no primeiro duelo que opôs a Índia ao Paquistão. Em 2008, foi a figura de proa na conquista indiana da AFC Challenge Cup, ao apontar quatro golos na competição. 

Embora seja dono de uma marca que o coloca entre as duas maiores figuras do futebol na última década, Chhetri nunca conseguiu notabilizar-se em ligas mais competitivas. 

À experiência na MLS, onde somou apenas uma presença, acrescenta-se a chegada a Portugal, para representar a equipa B do Sporting, onde participou em apenas três encontros.

Chhetri, porém, é um dos poucos pontos brilhantes da Índia nas competições internacionais. 

A seleção qualificou-se automaticamente para o Mundial de 1950, mas as autoridades do país acharam que o torneio não era suficientemente importante para ser disputado. Desde então que a qualificação para a maior prova de seleções do Mundo não passa de uma miragem. As caminhadas para a Taça da Ásia têm, também, ficado aquém. 

Esse insucesso desportivo reflete-se no número de adeptos nas bancadas, despidas até aos últimos meses. 

Em 2018, quando sediou a Taça Intercontinental, a Índia goleou o Taipei Chinês por 5-0. Chhetri marcou três golos e gravou um vídeo a pedir mais apoio. As imagens foram partilhadas pelas maiores estrelas desportivas do país e os estádios mudaram: há mais adeptos na bancada, enquanto Chhetri continua a escrever o seu nome na história indiana.