Portugal
Pediram uma antevisão à época, Bruno Lage surpreende
2019-08-09 14:10:00
Conferência de imprensa do técnico do Benfica com “a análise que ninguém vê”

Bruno Lage fez nesta sexta-feira a antevisão do jogo com o Paços de Ferreira, da primeira jornada do campeonato, partida que se disputa no Estádio da Luz, a partir das 21h30.

Na conferência de imprensa, um jornalista convidou o técnico a perspetivar o campeonato. E Lage fê-lo, mas por outra via: recordando alguns detalhes que passam ao lado de quem vive o Benfica do lado de fora.

“Vou responder, ligando para a nossa forma de jogar, no último jogo”, começou por dizer, referindo-se à goleada por 5-0, frente ao Sporting.

“Na folga, fui percebendo as análises que foram feitas à nossa equipa. E há uma coisa que nenhum de vocês e quem está a analisar consegue perceber. É a análise que ninguém vê. E nós temos de o dizer”, adiantou.

O que é que viu Lage na Supertaça? “Vi um Odysseas a marcar presença. Sabendo que nós queremos um guarda-redes, e queremos. Todos vocês a avançarem com nomes todos os dias e ele disse que está presente”, afirmou.

“O que é que eu vi? Vi um Gabriel que, a vencer por 50, disputou cada lance como se fosse o último. E com o resultado feito, lesiona-se. É o que eu quero”, continuou o técnico.

“Vimos Seferovic e Raúl de Tomas. Zero golos. Mas ninguém correu como eles. A nossa forma de jogar depende muito da forma como eles correm. Às vezes pergunto: quanto vale um Seferovic? Só marca 21 golos e a correr o que ele corre. Quanto é que vale?”, questionou.

Bruno Lage não se esqueceu de uma ausência: “o André Almeida. Merecia estar nesta Supertaça. Não jogou porque está lesionado. E lesionou-se em prol da equipa – durante um mês jogou e treinou lesionado. E agora a sua recuperação está demorada, porque nós fomos responsáveis. Merecia estar presente”.

E lembrou dois jogadores que ficaram de fora do encontro. “Temos Fejsa e Samaris – 30 anos cada um. Títulos. A treinar de forma tranquila, com uma motivação enorme, a ajudar o miúdo Tino [Florentino] e crescer”, explicou.

E Taraabt? “O Adel. Não foi o treinador que deu oportunidade. Foi o Benfica e os colegas. E por cada cinco minutos que nós lhe damos, ele morre lá dentro pela equipa”.

Neste longo raciocínio, Bruno Lage passou por dois jogadores que são dados como carta fora do baralho, porque praticamente não foram utilizados na pré-época e nem sequer entraram nos planos da Supertaça.

“Zivkovic e Cervi. O facto de Nuno Tavares jogar à direita leva a que, por vezes, nesta semana, tivessem de treinar a defesa esquerdo. É difícil e eles estiveram lá, tranquilos, a dizer ‘estou a ajudar a equipa’”, sustentou.

Mas Lage viu algo mais que passou despercebido. “Vocês viram o abraço que dei ao Bruno Fernandes. Eu vi o abraço do Pizzi ao Chiquinho. Pizzi: dois golos, uma assistência. Quando acaba o jogo, vai dar um abraço ao Chiquinho que o foi substituir”, conta o técnico.

“E por último, o capitão Jardel. Funciona como um sargento. Tropa sempre alinhada… E é só olhar para o sorriso dele a levantar a Supertaça”, continuou.

E foi desta forma que perspetivou o campeonato. “Aquilo que espero do Benfica? O que fizemos na última semana. A nossa equipa tem de ser isto. Somos uma grande equipa. Toda a gente está disponível para ajudar”, realçou.

Depois da conquista da Supertaça Cândido Oliveira com uma goleada por 5-0 frente aos ‘leões’, Lage classificou ainda como “normal” o facto de os adeptos ficarem motivados, mas garantiu que dentro de portas não há deslumbramentos.

“Temos de ter uma entrada forte e se sentirmos que podemos dar de avanço e recuperar como no ano passado é um pensamento errado. Temos de entrar em cada jogo como no jogo da Supertaça, tendo a noção de que todos querem vencer o campeão e vamos ter de conviver com isso”, terminou o treinador ‘encarnado’.

Veja a conferência, sendo que esta resposta ocorre a partir do minuto 9: