Grande Futebol
"Já foste", Sampaoli. Argentina busca quinto selecionador em quatro anos
2018-07-15 16:00:00
Imprensa argentina exulta com a saída do técnico argentino mas reconhece momento difícil

O ciclo de Jorge Sampaoli como selecionador argentino chegou ao fim. A imprensa argentina garante este domingo que o advogado do treinador aceitou a proposta da Associação Argentina de Futebol (AFA) para resolver o contrato entre ambos e que a desvinculação oficial deverá ser assinada esta segunda-feira.  O Diario Olé não é meigo para com Sampaoli: "Já Foste" titula na manchete deste domingo hoje, e na notícia do site escreve 'Chau Sampaoli', saindo o ex-seleccionador com uma indemnização de dois milhões de dólares (1,7 milhões de euros), metade daquilo que exigia para abandonar a AFA. Mas o jornal chama a atenção para o momento delicado que vive a seleção argentina que busca agora o quinto selecionador em quatro anos.

Há treze meses, Sampaoli assinou um longo contrato com a AFA que tinha como principalobjetivo a conquista do Mundial do Qatar, em 2022. Tudo se esfumou, e agora o treinador argentino vai receber cerca de 2 milhões de dólares como indemnização, apesar do contrato que assinou com a AFA prever que esta teria de pegar mais de oito milhões de dólares em caso de demissão antes da Copa América, em 2019. Foi o acordo possível.

O mau desempenho e os resultados negativos da seleção albiceleste no Mundial da Rússia em 2018, juntamente com as contínuas críticas dos adeptos e de uma imprensa feroz, acabaram por liquidar a confiança no trabalho de Sampaoli. A Argentina foi eliminada pela França nos oitavos-de-final por 4-3, deixando uma fraca imagem ao longo do torneio, sobretudo nos jogos diante a Islândia,em que empatou a um abola (1-1) e com a Croácia, de onde saíu derrotada por 3-0, ambos ainda na fase de grupos.

A seleção argentina vive momentos difíceis. As constantes mudanças de treinador nos últimos anos não estimulam a estabilidade. De Alejandro Sabella, que passou três anos no cargo e levou a Argentina à final do Mundial de 2014, a seleção albiceleste não encontrou um treinador que durasse o tempo suficiente para conquistar o respeito dos jogadores. Entre 2014 e 2017, a Argentina teve três opções. Gerado 'Tata' Martino substituiu Sabella em 2014, mas terminou o ciclo depois de perder as finais da Copa América 2015 e 2016, ambas diante do Chile nos penáltis. Chegou Edgardo Bauza, que durou apenas oito jogos. E depois dele, veio Sampaoli que deixou o Sevilha FC, a primeira experiência europeia do treinador argentino, cuja ambição bateu no muro da fraca prestação da Argentina no Mundial.

Quem será o próximo? Entre os candidatos a tomar conta da seleção argentina, segundo a imprensa local, estão o técnico do River Plate, Marcelo Gallardo, o selecionador do Peru, Ricardo Gareca e o selcionador da Colômbia José Pékerman. Mais complicado parece ser conseguir convencer os dois argentinos mais bem sucedidos nos bancos europeus: Maurico Pochettino, que ainda há pouco tempo esteve no radar do Real Madrid e manteve-se focado no Tottenham, e Diego Simeone, quiçá o sonho dos argentinos, mas com contrato com o Atlético de Madrid até 2020.