Por esta altura, no Mundo, com o mercado aberto e a fervilhar, poucos jovens promissores no futebol internacional não são associados aos maiores clubes da Europa. Éder Militão é um deles. Atendendo aquilo que vem sendo escrito na imprensa internacional, o versátil defesa do São Paulo FC é alvo para o reforço da linha defensiva de meia Europa. PSG, Fenerbahçe, Manchester City, Chelsea, Juventus... Nem o FC Porto escapa e, a verdade, é que nos últimos dias têm sido cada vez maiores as certezas de que Éder Militão será reforço do FC Porto para a próxima temporada. Capaz de jogar em qualquer posição na defesa e até no meio campo, até Lucho González aprova a contratação de Militão por parte do FC Porto.
"[Se é] central ou lateral não sei bem. Perguntei e disseram-me que era central, mas que estava a jogar mais a lateral. Connosco eles jogaram com três defesas e ele fazia aquela posição de meio central, meio lateral-direito. Gostei muito. (...) É um defesa alto e com muita força. É muito difícil ganhar uma boa dividida com ele. Seria uma excelente contratação por vários motivos, um deles o facto de poder fazer todos os quatro lugares da defesa. Mas para jogar em Portugal, numa equipa como o FC Porto, eu acredito que seria mais fácil adaptar-se como defesa-central. (...) Como lateral pode ser uma boa opção se o treinador precisar de um lateral mais contigo, com menos ideias de subir no terreno, melhor no posicionamento defensivo”, afirmou em abril, ao jornal O Jogo, o antigo capitão do FC Porto que defrontou Militão ao serviço do Atlético Paranaense.
A versatilidade é mesmo o ponto forte de Éder Militão. Em 2017, ano em que surgiu e se afirmou na equipa principal do São Paulo, Éder Militão participou em 22 encontros do tricolor paulista na Série A do Brasileirão e dividiu protagonismo pela lateral direita, pela zona central da defesa e até jogou como trinco. Em 2018, porém, no Brasileirão, Militão tem sido utilizado de forma mais linear. Dos nove jogos já disputados por Militão esta temporada na primeira divisão brasileira, em todos eles Militão atuou como lateral direito, tendo sido, sim, utilizado como defesa central num esquema de três centrais utilizado pelo São Paulo na primeira mão da primeira eliminatória da Copa Sudamericana frente ao Rosário Central.
Uma versatilidade que Militão atribui ao trabalho realizado durante os primeiros anos de formação no São Paulo, ainda ao serviço da academia CFA Laudo Natel de fortes ligações ao São Paulo FC: “Acho importante ter esta variação, sendo na defesa ou no meio de campo. Gosto das duas posições, alternei bastante na formação durante a minha passagem pelo CFA e aprendi muito com essa experiência. Sempre joguei à bola na infância e as coisas aconteceram naturalmente. Como tinha tranquilidade na saída de bola, também jogava como volante [médio]. E foi assim que passei nos testes para entrar nas categorias de base do clube. A minha formação no CFA, antes de chegar ao CT da Barra Funda, foi fundamental para que esta oportunidade com o Rogério [Ceni] fosse possível”, confessou Militão ao site do São Paulo. Militão que se estreou pelo tricolor pela mão do antigo capitão do clube, o histórico guarda redes Rogério Ceni, apesar de treinar com a equipa principal do São Paulo já em 2016 sob a liderança de Edgardo Bauza.
Com as chegadas já confirmadas de João Pedro e de Saidy Janko ao Dragão, ganha força a ideia de Lucho González acerca do futuro de Militão, no Porto, passar pela zona central da defesa. Ainda para mais, numa altura em que o FC Porto procura reconstruir a posição após as saídas de Marcano e Reyes, podendo Militão ser mesmo o parceiro de Felipe no eixo central da defesa face ao aparente arrefecimento do interesse do FC Porto em Chancel Mbemba, atendendo, claro, aquilo que vem sendo propalado na imprensa nacional.
Os elogios a Militão, porém, não se ficam pelos adversários como Lucho González. Ao programa Bola Branca da TSF, por exemplo, Milton Cruz, antigo coordenador técnico do São Paulo, define a possível contratação de Militão como uma mais valia desportiva e financeira. “Acho que o FC Porto vai ter um retorno muito grande com esse jogador. é um jogador jovem, versátil, que atua em mais do que uma posição, com muita força e bom no jogo aéreo. É uma promessa como Casemiro. Pode levar”, afirmou Milton Cruz à rádio portuguesa.
Apesar da juventude, aos 20 anos, Éder Militão leva já mais de 50 jogos oficiais com a camisola da equipa principal do São Paulo FC. Em 2017, temporada de estreia de Militão na equipa paulista - de onde nunca saiu desde que chegou ao clube ainda criança -, Militão realizou 22 jogos contribuindo com dois golos para a temporada do São Paulo. Se em 2017 Militão surgiu na equipa paulista já com a temporada a decorrer - depois dos estaduais, isto é -, em 2018 o versátil defensor tem sido elemento fulcral nas equipas de Dorival Junior e, agora de Diego Aguirre.
Em 2018, Militão leva já 30 participações pela equipa paulista, tendo falhado apenas seis dos 36 jogos disputados pela equipa do São Paulo, encontros repartidos entre Brasileirão, Copa do Brasil, Copa Sudamericana e Paulistão, o campeonato estadual de São Paulo que o tricolor terminou caindo na meia final da competição ao pés do Corinthians somente nas grandes penalidades. Militão participou mesmo em 14 dos 16 jogos disputados pelo São Paulo na competição.
Uma experiência que foi igualmente destacada por Milton Cruz à TSF e que poderá fazer desta uma aposta segura por parte do FC Porto: “O FC Porto é um clube que sabe contratar e revender e pode olhar com carinho para esse jogador porque acredito muito no seu potencial. Ele já tem uma experiência grande, treinava com os profissionais há muito tempo e com certeza vai dar-se bem aí”. Os próximos dias dirão se, de facto, Éder Militão será reforço do FC Porto. A chegada de Bruno Peres ao São Paulo e o facto de Militão terminar contrato em janeiro parecem antecipar que, pelo menos, o versátil jovem defesa brasileiro irá mesmo ser transferido nos próximos dias.
