Terra de pescadores e de grandes nomes da literatura nacional, Vila do Conde é também local onde as curtas-metragens ganham vida e importância. No futebol, também esta terra dá cartas, sobretudo nos últimos anos, com o clube da terra a projetar-se cada vez mais nos patamares maiores do futebol nacional mas não. Fora de campo, o clube assume cada vez mais a sua responsabilidade social e o espírito de missão solidária está bem presente.

António Silva Campos é o presidente do Rio Ave e, em entrevista ao Bancada, fala sobre esta e outras apostas no crescimento do clube de Vila do Conde.

"Durante muitos anos o Rio Ave lutava pela manutenção. O nosso objetivo era não descer para a II Liga. Para tal, muito nos ajudaram grandes profissionais como o Carlos Brito que é uma figura do nosso clube. E como ele outros excelentes elementos", começou por destacar, sublinhando que chegou o tempo de pensar em 'dar o salto' qualitativo a vários níveis.

"Mas chegou uma altura em que quisemos potenciar o clube e lutar por outros objetivos. Não se tratava de não querer ou não gostar de quem estava que tinha espírito de missão. Era mais numa lógica de buscar ideias diferentes, gente nova, novas formas de trabalhar. E foi isso que fizemos", referiu Silva Campos, em declarações ao Bancada.

O presidente do Rio Ave lembra que contratou Nuno Espírito Santo e destaca a "importância" que o agora técnico do Wolverhampton teve na "construção da estrutura atual do Rio Ave".

"Acabamos por conjugar ideias, pensamentos, e um projeto que passava por colocar o Rio Ave a lutar pelos primeiros lugares, a ir bem longe nas taças e a participar nas provas europeias".

E a verdade é que o Rio Ave passou a discutir outros lugares no campeonato e chegou às fases de acesso à Liga Europa nas temporadas 2014/15; 2016/17 e 2018/19.

Na Taça de Portugal, o emblema de Vila do Conde chegou à final na época 2013/14 (perdeu no Jamor 1-0 com o Benfica), na temporada seguinte caiu apenas na meia-final contra o SC Braga, tal como na época 2015/16 com o mesmo opositor.

Em 2013/14, a turma do Rio Ave foi à final da Taça da Liga (perdeu contra o Benfica) e em 2014 também marcou presença na final da Supertaça Cândido de Oliveira, também ela perdida frente aos encarnados.

Também ao nível de jogadores e treinadores, pelo Rio Ave têm passado figuras do futebol nacional e internacional como Jan Obalk (agora no Atlético Madrid), Nuno Espírito Santo (Wolverhampton), Carlos Vinícius (Benfica), Krovinovic (WBA de Inglaterra), Ederson Moraes (Manchester City), Hélder Postiga (retirado), Pedro Martins (Olympiacos), Luís Castro (Shakhtar Donetsk) e Fábio Coentrão (sem clube).
Silva Campos mostra-se orgulhoso por ver o clube nesta situação. "O Rio Ave é um viveiro de grandes talentos", realça o presidente do clube destacando técnicos que o emblema ajudou a projetar como Nuno Espírito Santo, Pedro Martins ou Luís Castro.

"A qualidade das nossas apostas tem sido muita de tal modo que quando os treinadores chegam ao fim do contrato o Rio Ave não consegue competir financeiramente com outros clubes com mais dinheiro para as renovações. Mas fico feliz por reconhecerem o trabalho que é feito em nossa casa com os resultados desportivos que temos vindo a alcançar. O Rio Ave é hoje um patamar seguro do futebol português", sustentou o líder do emblema verde e branco.

E porque o sonho comanda a vida, Silva Campos vai continuar a trabalhar para que o Rio Ave possa 'navegar' num 'mar' de conquistas.