O antigo futebolista espanhol Antonio Núñez, campeão europeu pelo Liverpool e ex-jogador do Real Madrid, disse à agência Lusa que está encantado com o talento dos jovens guineenses e que os quer ajudar a chegarem ao futebol europeu.

A convite de uns amigos, um guineense e um espanhol, Núñez visitou a Guiné-Bissau durante cinco dias e percorreu alguns bairros da capital do país.

"Estive nos bairros de Antula e Pssack e fiquei impressionado com a qualidade, paixão e ilusão que aqueles miúdos têm no futebol", declarou o antigo futebolista espanhol, em declarações à Lusa, momentos antes de deixar Bissau com a certeza de que vai voltar "muitas vezes".

Núñez compreende que a Guiné-Bissau tem falta de infraestruturas adequadas para a prática de futebol, mas enaltece a "intensidade com que os miúdos treinam".

"Fiquei surpreso com a qualidade de muitas crianças, que poderiam muito bem viver do futebol em ligas europeias", observou o antigo jogador, que se juntou a três sócios num projeto que tem como finalidade levar jovens guineenses para a Europa.

Júlio Vasquez, empresário espanhol apaixonado pelo futebol foi quem incentivou Núñez a vir à Guiné-Bissau para conhecer a realidade e analisar o potencial dos jovens jogadores que frequentam o projeto de escola/clube internacional de futebol, em andamento desde 2018.

De lá para cá, seis jovens guineenses foram levados para Espanha e outros tantos estão em processo de formação em clubes portugueses, referiu Vasquez.

"A Guiné-Bissau tem um talento incrível de jogador de futebol, com características diferenciadoras que já se estão a perder no jogador europeu", observou o empresário espanhol.

Wilson Pereira, sócio guineense do projeto e igualmente presidente do Benfica de Bissau, sente-se feliz pelo facto de António Núñez estar convencido do potencial do jogador guineense e aponta Espanha como um novo mercado para os atletas do país, a seguir a Portugal.

"Portugal é a nossa porta de entrada, a nossa casa, mas quem trabalha nesse mundo de futebol, no nível de formação, tem que conhecer outros mercados", notou Wilson Pereira