O Benfica tem enfrentado vários problemas nos últimos tempos, mas poucos mexeram tanto com a realidade encarnada como a detenção de Luís Filipe Vieira que, no seguimento dessa detenção, no âmbito do processo Cartão Vermelho, acabaria por deixar o cargo de presidente do emblema da Luz, sendo rendido por Rui Costa, numa primeira fase de forma interina e, depois, de forma definitiva, com a confirmação dos votos dos associados após um ato eleitoral.
À margem da saída de Luís Filipe Vieira, a verdade é que o Benfica não tem vivido tempos de paz e tranquilidade, até porque a nível desportivo os resultados não têm aparecido e Jorge Jesus, treinador que Luís Filipe Vieira fez regressar em 2020 ao clube encarnado, não conseguiu cumprir as promessas de "jogar o triplo" e "arrasar" em campo.
Rui Costa tem por isso tentado combater vários 'fogos' ao mesmo tempo no Benfica mas criticas à sua forma de gerir processos também não têm faltado por parte de antigos dirigentes, ex-jogador e figuras ligadas ao universo benfiquista ao longo da história.
Aqui chegados, o Benfica procura reencontrar-se e trilhar um rumo de vitórias e sucesso, ainda que o cenário seja, por estes dias, mais negro do que os benfiquistas desejam.
Sobre a realidade encarnada falou José Eduardo Simões, ex-presidente da Académica e conhecedor da realidade futebolística portuguesa, aproveitando para lamentar que, na Luz, os atuais dirigentes tentem passar a culpa para Luís Filipe Vieira sobre o que tem acotecido ao clube.
"Rui Costa e seus pares na SAD e no clube estão mais preocupados em deitar todas as culpas para cima de Vieira e passarem por 'anjos de coro com asas' que nada viram, ouviram, leram ou entenderam, muito menos disseram, e não são responsáveis por nada", comentou José Eduardo Simões.
Por conseguinte, a respeito deste tema, o antigo dirigente português nota que reina a "confusão" no Benfica mas, mesmo assim, o clube continua a ser apetecível para, por exemplo, um investidor norte-americano, que tem vindo a negociar uma possível entrada no capital social da SAD benfiquista.
"Vieira saiu, reina a confusão, mas Textor continua por aí…", defendeu José Eduardo Simões, no O Jogo, sobre a intenção do norte-americano entrar no modelo de governação da SAD encarnada com a compra de parte do capital da sociedade que gere o futebol profissional do clube lisboeta.
A nova definição do capital da SAD benfiquista tem sido abordada nos últimos anos, seja com a entrada de novos investidores seja até com a Oferta Pública de Aquisição (OPA) que Vieira, a dado momento, tentou fazer avançar mas que foi travada pelo regulador do mercado de capitais.
Anteriormente, recorde-se, já a Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) tinha negado esta operação, não dando provimento à OPA encarnada. Ainda assim, o modelo de governação da SAD encarnada tem sido um tema em debate nos últimos tempos.
