Portugal
Portugal quer estrangeiros; Benfica e Feirense estão no topo
2018-10-19 19:15:00
Jogadores da formação também não têm o tratamento que têm os de outras ligas.

O Benfica é a 32.ª equipa da Europa que mais prezou a estabilidade ao seu plantel. Já o Feirense é a quinta (!!!) equipa da Europa que menos mexe no onze habitualmente utilizado. Olhando genericamente para a Liga Portuguesa, há uma conclusão também gira: por cá, ainda gostamos muito do valor estrangeiro e nem gostamos muito dos jogadores formados nos clubes. Há ainda dados pouco simpáticos para quem sonha jogar em Inglaterra. Mas já lá vamos.

Estas são algumas das conclusões que se tiram do habitual estudo do Observatório do Futebol (CIES), que analisou, entre julho e outubro, os jogadores e as equipas dos 31 principais campeonatos europeus. Destacamos, aqui, cinco análises: estabilidade, formação de jogadores no clube, rotatividade no 11, altura dos jogadores e utilização de estrangeiros.

Benfica no top europeu

O CIES analisa a “estabilidade” através da média de anos na equipa principal entre os jogadores utilizados pela equipa. Nisto, o Benfica está bastante bem. É, como já vimos, a 32.ª a nível europeu – o FC Porto também não está mal, no 96.º lugar –, e a primeira a nível de I Liga.

Ainda assim, o nosso grande destaque é mesmo para a posição da Liga Portuguesa no espectro europeu. Por cá, as equipas mudam muito. Oh se mudam. Portugal está no 25.º lugar (em 31), com uma média de apenas 1,44 anos na equipa. O top 5 é dominado pelos “tubarões” Bundesliga, Premier League e La Liga – não é fácil comprar jogadores a estas ligas –, com a Noruega a liderar o ranking.

Nuno Manta Santos tem os seus meninos

Entre as 31 ligas europeias são muitas equipas, certo? Pois, mas o Feirense consegue ser a quinta a nível europeu no que diz respeito à rotatividade, ou falta dela, no 11 habitualmente escolhido (definido através da percentagem de minutos dada aos 11 atletas mais utilizados).

Nuno Manta Santos gosta de usar quase sempre a mesma equipa, algo que, muitas vezes, também é apontado a Rui Vitória. Curiosamente, o técnico do Benfica até nem é dos mais fiéis aos 11 principais jogadores (talvez seja mais a um lote de 13/14 atletas). O Benfica surge praticamente a meio da tabela nacional, atrás de FC Porto e Sporting.

Por fim, um dado curioso. A nível europeu, Portugal é a 8.ª liga na qual menos se roda o 11, mas há pior: em Inglaterra, por exemplo, roda-se anda menos. Portanto, jogadores que querem jogar na Premier League, tenham cuidado com o que desejam: se vão para lá, é bom que tenham hipóteses de serem titulares.

Por cá, a formação ainda não é a prioridade

Portugal tem a 27.ª liga (nas tais 31) na qual se dá menos minutos aos jogadores formados no clube. A análise do CIES mostra que, em média, apenas 7% dos minutos são dados aos formados no clube. No líder deste ranking, a Eslovénia, dá-se… 28%.

O Nacional é a equipa que mais tempo de jogo dá aos formados localmente e é, a par do Benfica, a única equipa portuguesa acima da média europeia.

Venham de lá os craques estrangeiros

Portugal está no sexto lugar, a nível europeu, no que diz respeito à percentagem de minutos dada aos jogadores que estão fora do país de formação. O FC Porto também surge em destaque, estando no 17.º lugar a nível de clubes e primeiro a nível nacional, seguido de Rio Ave e Sporting.

A título de curiosidade, a Liga Cipriota tem uma vantagem tremenda no topo deste ranking, dando mais de 80% dos minutos a jogadores estrangeiros.

País de “rodas baixas”? Sim, sempre!

O ranking de alturas diz pouco – ou mesmo nada – sobre a qualidade do campeonato ou sequer sobre a estratégia dos clubes, mas é um dado que traz uma curiosidade interessante: quem diz que Portugal sempre foi um país de baixotes tem toda a razão: a Liga Portuguesa é a 27.ª, em 31, com menor média de altura dos jogadores em campo.

No top 10, claro está, temos dinamarqueses, noruegueses, polacos, holandeses, russos e alemães. Faz sentido.