Ederson rendeu apenas 15,979 milhões de euros ao Benfica, apesar de ter sido transferido por 40 milhões de euros para o Manchester City, enquanto Haris Seferovic, que chegou à Luz depois de terminar contrato com o Eintracht Frankfurt, custou cerca de 3,9 milhões de euros em serviços de intermediação. Estas são as principais novidades reveladas pelo Benfica no Relatório e Contas relativo a 2016/17.
Depois de, em setembro, já ter revelado um sumário do documento, o Benfica divulgou agora a versão completa, onde revela os detalhes dos valores das principais transferências realizadas entre 1 de julho de 2016 e 30 de junho de 2017.
Todos os valores apresentados estão deduzidos, quando é caso disso, dos gastos com serviços de intermediação, do valor líquido contabilístico do direito do atleta à data de alineação e consideram o efeito da atualização financeira tendo em consideração os planos de pagamento estipulados.
Todos os valores apresentados incluem, quando é caso disso, custos como os encargos com serviços de intermediação, compensação por formação, prémio de assinatura, e efeito da atualização financeira tendo em consideração os planos de pagamento estipulados.
Krovinovic e Seferovic custaram quase 7,5 M €
Seferovic (3,9 milhões €) e Krovinovic (3,5 M €) foram duas das principais contratações do Benfica para o plantel principal esta temporada e custaram, juntos, 7,4 milhões de euros. O avançado suíço chegou depois de terminar contrato com o Eintracht Frankfurt, no que se costuma designar de transferência a “custo zero”, expressão que não considera os “encargos com serviços de intermediação” que foram pagos no negócio.
Note-se que jogadores como Svilar, Douglas e Gabriel Barbosa (sendo que estes dois últimos chegaram por empréstimo), já foram contratados depois de 30 de junho, pelo que não entram nas contas do relatório. Já anteriores e, por isso, já conhecidos foram os investimentos em Rafa Silva (16,8 M €), Jiménez (12 M € por metade do passe), Zivkovic (6,3M €) e Óscar Benítez (4,4 M €).
A compra de 20% de uma futura mais-valia com Lindelöf
Dia 10 de junho de 2017, o clube da Luz anunciou a venda de Viktor Lindelöf por 35 milhões de euros, com a possibilidade de receber mais dez milhões, dependentes da concretização de objetivos.
Sabe-se agora que, devido, sobretudo, a “gastos com serviços de intermediação”, “compromissos com terceiros”, e à “retenção do Mecanismo do Fundo de Solidariedade”, o ganho do clube foi de 23,081 M €. Além disso, o Relatório revela que o Benfica pagou 3,5 milhões para ficar com 20% sobre uma futura mais-valia na transferência do jogador sueco do Manchester United para outro clube. Assim, na prática, o Benfica vendeu Lindelöf por 31,5 M €, ficando com direito a 20% de uma futura mais valia. E, desses 31,5 M, teve um ganho inferior a 20 M €.
Ederson rendeu cerca de 16 M €
Apesar de ter sido vendido por 40 milhões de euros ao Manchester City, o negócio traduziu-se num ganho de apenas 15,979 milhões de euros para o Benfica. Tal discrepância ficou a dever-se a “gastos com serviços de intermediação”; “compromissos com terceiros; “retenção do Mecanismo do Fundo de Solidariedade; e ao “efeito da atualização financeira tendo em consideração o plano de recebimento estipulado”. Destas várias rubricas, a mais relevante é a de compromissos com terceiros, uma vez que o Benfica estava obrigado a entregar 50% do valor da transferência ao Rio Ave.
Quase 30 milhões recebidos em jogadores que não contavam
As transferências de Hélder Costa (13 M €), Sidnei (6 M €), Marçal (3,9 M €), Nélson Oliveira (70% do passe por 3,4 M €) e André Gomes (3,7 M €, correspondentes a 25% da mais-valia feita pelo Valência CF ao vender o jogador ao FC Barcelona) renderam quase 30 milhões de euros ao Benfica. Este é um número elevado e que impressiona ainda mais se tivermos em conta que nenhum destes jogadores fez parte do plantel principal do Benfica na última época.
Além destas saídas, houve ainda os encaixes já referidos com Ederson (16 M €) e Viktor Lindelöf (23 M €), mas também com Gonçalo Guedes (26 M €).
