Portugal
“Atendendo à profissão, os jogadores não são grupo de risco”, crê Jorge Silvério
2020-05-11 22:00:00
Psicológo analisa parecer técnico da DGS

Jorge Silvério, primeiro mestre psicólogo em Psicologia do Futebol, concedeu uma entrevista à RTP e analisa o parecer técnico imposto aos jogadores pela Direção-Geral de Saúde (DGS).

Segundo o psicólogo, que foi Provedor do Adepto da Liga Portuguesa de Futebol Profissional entre 2009 a 2013, existe algum receio por parte dos jogadores, não pela questão de risco, mas sim pelas suas famílias.

Ao mesmo tempo, Jorge Silvério considera que há uma “mistura” de pensamentos entre o lado desportivo e emocional.

“É uma mistura das duas coisas, por um lado, o desportivo, querem voltar a desempenhar a profissão deles, e por outro lado a questão do receio, não só por eles, porque a grande maioria, atendendo à profissão e à idade, não são, claramente, grupo de risco, mas algum receio em relação à família. De qualquer maneira, estas regras colocam acima de tudo o fator primordial que é a saúde”, afirmou o psicólogo.

Em relação à retoma do campeonato, marcado para finais de maio, Jorge Silvério relembra que os futebolistas serão das classes mais testadas em Portugal.

“Se calhar, tirando os profissionais da saúde, serão dos profissionais mais acompanhados e testados, portanto, todas estas regras visam manter a saúde, que é o mais importante, permitindo aos jogadores alguma normalidade no regresso à competição”, salientou.

Em relação às regras de isolamento da DGS, que já mereceram críticas por parte de vários jogadores do FC Porto, o psicólogo compreende que haja regras diferentes de acordo com a profissão.

Como tal, Jorge Silvério refere que os jogadores “têm perfeita consciência” de que estão a ser vigiados e que tudo está a ser feito para que as coisas “corram bem”.

“Aquilo que vai haver é, durante um curto período de tempo, enquanto se disputam os jogos que faltam para acabar a I Liga, que haja um conjunto de regras que os jogadores têm de respeitar, tal como outras profissões”, concluiu.