Grande Futebol
Tiros, guerra e Sporting à espreita
2018-11-28 20:30:00
A tensão entre russos e ucranianos, no conflito pela e na Crimeia, intensificou-se.

O jogo entre Vorskla Poltava e Arsenal, para a Liga Europa, já não será disputado em Poltava, mas sim em Kiev. Pelo menos tendo em conta a última atualização da UEFA, que informou a mudança para o Estádio Olímpico da capital ucraniana. O motivo tem que ver com o conflito russo-ucraniano, na zona da Crimeia. Mas já lá vamos.

Antes, importa explicar onde fica o Sporting. Vorskla e Arsenal não só estão no grupo E, o dos leões, como o jogo desta quinta-feira pode influir no que terá de fazer o Sporting, em Baku, frente ao Qarabag. Caso o Vorskla não vença o Arsenal, o Sporting só precisará de um empate no Azerbaijão para garantir, já nesta quinta-feira, o apuramento para os 16 avos de final da Liga Europa.

"Sinto que a UEFA talvez tenha exagerado”

Mas tudo isto pode deixar de ser verdade se não houver jogo na Ucrânia. No domingo, a Ucrânia informou de que houve fogo russo disparado contra três navios ucranianos, ao largo da Crimeia. O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, decretou que o país estará um mês em regime de Lei Marcial, mecanismo que confere mais poderes aos militares, para assegurar a defesa das regiões mais vulneráveis à ofensiva russa. Isto equivale a dizer que a tensão entre russos e ucranianos, no conflito pela e na Crimeia, se intensificou.

Apesar de a cidade de Poltava, no nordeste ucraniano, estar a cerca de 600 quilómetros da Crimeia e de nem ser das cidades mais “carregada” pela Lei Marcial, o Arsenal pediu à UEFA que alterasse o local do jogo, sobretudo por Kharkiv – cidade cujo aeroporto serviria aos adeptos visitantes –, estar com reforço militar e fortemente sujeita à Lei Marcial.

O Vorskla diz que não tem confirmação de nada por parte do Estádio Olímpico de Kiev, pelo que não consegue garantir que vá haver jogo, nesta quinta-feira.

Por outro lado, há a visão de quem já está em Poltava. Esta mudança vai prejudicar alguns adeptos ingleses que já estavam em Poltava. Ao “Independent”, John Williamson, adepto dos gunners, explicou que “é um grande inconveniente não só para os adeptos, como para a equipa. Depois de já ter passado uma noite em Poltava, não vejo problemas em que o jogo fosse feito aqui. Percebo as questões políticas nas áreas circundantes, mas não há problemas nesta cidade. Sinto que a UEFA não analisou bem a situação e talvez tenha exagerado”.