Grande Futebol
André Silva com dificuldades em terra madrasta para avançados portugueses
2017-12-09 17:00:00
A lista de avançados portugueses que passaram pela Serie A é longa. Porém, a contabilidade de golos faz-se por baixo

André Silva. Rui Águas. Hugo Almeida. Hélder Postiga. Sabe o que têm estes avançados portugueses em comum? Jogaram na Serie A italiana e não lograram marcar qualquer golo. Entre eles contam-se 1. 814 minutos num campeonato conhecido pela forma aguerrida como as defesas atuam. Na realidade, a história de atacantes portugueses, em Itália, não é escrita com muitos festejos. Os mais felizes foram Nuno Gomes, com 17 golos em duas temporadas na Fiorentina, e Rui Barros que marcou 18 golos, também, em duas temporadas com a camisola da Juventus. Para já, a vida de André Silva na Liga Italiana não está fácil e o novo treinador do Milan já o fez saber

O jovem internacional português deixou o FC Porto para rumar ao Milan no último defeso. Em troca, o clube italiano desembolsou 38 milhões de euros. Por isso mesmo as expetativas estavam bem altas. Esperavam-se golos em catadupa por parte do jogador de 22 anos. A verdade é que as coisas não têm corrido de feição a André Silva na Serie A italiana. Em oito jogos para o campeonato (455 minutos), o ponta-de-lança não marcou qualquer golo. Os golos que foi marcando na Liga Europa (oito em dez jogos) disfarçaram algum mal-estar pela pouca produtividade interna, mas o verniz estalou com a chegada do impulsivo Gattuso ao comando técnico da equipa.

Questionado sobre a exibição de André Silva na partida que o Milan perdeu em Rijeka por 2-0 para a Liga Europa, o novo treinador do Milan disse que o jogador português “tem de fazer mais”, recorrendo ao peso da camisola do histórico clube italiano: “Quando se enverga a camisola do Milan, há que respeitá-la”, referiu, acrescentado ainda que, apesar de André Silva ter “lutado bastante”, o avançado português “parecia um corpo estranho” no ataque milanês. As próximas semanas poderão ditar muito do futuro de André Silva com a camisola rossoneri.

A história mostra que os avançados portugueses sofrem para se adaptar ao futebol italiano. Nuno Gomes que o diga. Aliás, o antigo avançado da Fiorentina disse-o mesmo há pouco tempo. “Eu também sofri a nível tático em Itália”, admitiu o antigo internacional português ao site italiano “Calciomercato”. Em duas temporadas, Nuno Gomes marcou 17 golos em 63 jogos. As expetativas eram também elevadas, Nuno vinha de um Campeonato da Europa (Euro’2000 na Bélgica e na Holanda) em que esteve em bom plano, contribuindo decisivamente com golos para a chegada de Portugal às meias-finais.

Rui Barros esteve também duas temporadas na Serie A. Ao serviço da Juventus, a “Formiga Atómica” – como ficou conhecido em Itália – marcou 18 golos em 83 jogos. Um registo positivo para um avançado que não era um ponta-de-lança. Uma lesão grave no joelho poderá ter impedido Paulo Futre de mostrar mais no campeonato transalpino. No jogo de estreia pelo Reggiana, em 1994, Futre marcou e lesionou-se com gravidade. Voltaria a na temporada seguinte onde realizou 14 partidas marcando quatro golos.

A lista de avançados portugueses que passaram pelo principal escalão italiano é longa. Porém, a contabilidade de golos faz-se por baixo. Senão veja:

Hélder Postiga
Em 2013/14 jogou cinco jogos pela Lazio e não marcou qualquer golo

Hugo Almeida
Em 2014/15 no Cesena fez dez jogos e não marcou qualquer golo.

Paulo Costa
Em 2000/01 no Reggina fez 23 jogos e marcou um golo.

Pacheco
Em 1996/97 jogou 14 jogos pela Reggina e marcou um golo.

Silvestre Varela
Em 2014/15 jogou 19 jogos pelo Parma e marcou três golos.

Jorge Cadete
Em 1994/95 no Brescia fez 13 jogos e marcou um golo.

João Silva
Em 2014/15 jogou dois jogos perfazendo um total de 30 minutos e não marcou qualquer golo pelo Palermo.

Rui Águas 539
Em 1994/95 jogou 12 jogos pelo Reaggian e não marcou qualquer golo.

Salvador Agra
Em 2012/13 jogou nove jogos pelo Siena e não marcou qualquer golo.