Grande Futebol
A seleção do País Basco que é muito pouco oficial
2018-10-13 21:05:00
Venceram, na sexta-feira, a seleção da Venezuela por 4-2, mas a FIFA "finge" que nada se passa

Se lhe contarmos que a há uma seleção que venceu a Venezuela, na passada sexta-feira, e que conta com a colaboração de jogadores como Aritz Aduriz, Iñaki Williams e Asier Illarramendi e que não é a seleção espanhola, acredita? Pois bem. Estes jogadores, que já jogaram - e podem voltar a jogar - pela seleção de nuestros hermanos vestiram a camisola do País Basco para mais uma partida realizada "nas costas" da FIFA.

Uma das estrelas mais cintilantes deste conjunto "pouco oficial" do País Basco é o goleador Aritz Aduriz. Aos 37 anos de idade e depois de já ter vestido a camisola da seleção espanhola, Aduriz somou, na sexta-feira, a 11.ª internacionalização pela seleção basca, onde impressionam os 12 golos que marcou, nada de estranhar quando falamos de Aritz Aduriz, portanto.

Mas ao lado do prolífico goleador do Athletic Bilbau atuaram, na sexta-feira, alguns jovens com legítimas aspirações a vestirem a camisola da seleção espanhola, como, aliás, muitos deles já fizeram. Falamos de  Iñaki Williams, Iñigo Martínez e Asier Illarramendi. A atestar a qualidade desta equipa que se junta uma vez por festa" está a vitória, de sexta-feira, por 4-2, diante da seleção da Venezuela, atualmente 32.ª do ranking mundial da FIFA.

Antes do encontro com a Venezuela, na sexta-feira, o último jogo realizado pela seleção do País Basco remonta a dezembro de 2016, há quase dois anos, portanto. A verdade é que o registo do conjunto basco é de fazer inveja a qualquer seleção. Para amostra estão vitórias sobre Tunísia (3-1), Peru (6-0), Bolívia (6-1) e até mesmo sobre o Uruguai (2-1), esta, em 2003.

A verdade é que tudo isto se torna possível apenas porque se passa nas costas da FIFA. Isto é, apesar da sua existência, a Federação Basca de Futebol não é afiliada da FIFA. Por isso, qualquer jogador que vista a camisola da seleção basca continua elegível para representar a seleção espanhola.

Em declarações à "BBC Sports", Kepa Allica, presidente da federação basca, explicou que o jogo frente à Venezuela, "foi mais do que apenas uma partida de futebol". "Serve como forma de afirmação e identificação de uma região, onde o povo vive e onde muitos nasceram", sublinhou o dirigente. "Este jogo simbólico é muito importante para muitas pessoas e queremos que a nossa seleção participe nas competições oficiais", atirou Allica.

Pelo selecionado basco já passaram jogadores como Xabi Alonso, Fernando Llorente e até o antigo internacional francês e campeão do Mundo Bixente Lizarazu. De fora, para o jogo com a Venezuela, ficou Kepa Arrizabalaga, o guardião basco por quem o Chelsea pagou cerca de 80  milhões de euros no último defeso. Allica justificou a ausência de Kepa com o apelo dos jogos oficiais.

"Como não estamos a jogar jogos oficiais ficou entendido que os jogadores bascos podem jogar pela seleção espanhola, mas depois podem fazê-lo pelo País Basco", explicou o presidente da Federação Basca de Futebol. "É muito importante para eles representarem a nossa seleção. Estão sempre dispostos a participar nos jogos que realizamos", esclareceu Kepa Allica.

Como seria de esperar Athletic Bilbau e Real Sociedade são os dois clubes mais representados na seleção do País Basco, cada um com cinco futebolistas. Depois surgem Alavés e CD Leganés, com três jogadores cada, e ainda SD Eibar, que forneceu dois futebolistas ao selecionado basco.

Athletic Bilbau
Aritz Aduriz, Yuri Berchiche, Dani garcía, Iñigo Martínez e Iñaki Williams.

Real Sociedad
Jon Bautista, Aritz Elustondo, Asier Illarramendi, Luca Sangalli e David Zurutuza.

Alavés
Manu García, Martín Agir e Ibai Gómez.

CD Leganés
Javier Eraso, Jon Ander Serantes e Mikel Vesga.

SD Eibar
Anaitz Arbilla e Asier Riesgo.