Visto da Bancada
Luiz Filgueira (nº 127)
2017-10-15 12:00:00
Filgueira recorda com o Bancada o jogo que valeu a subida do GD Chaves à Primeira Liga em 1994

Uma das imagens de marca de Luiz Filgueira durante os seus anos como profissional de futebol era a lealdade com que encarava as suas responsabilidades. Quer, em campo, na sua forma de jogar, como, fora das quatro linhas, na forma como lidava com os compromissos com os clubes que representou. E foi essa lealdade que lhe valeu um convite da direção do GD Chaves para assistir ao decisivo jogo dos flavienses na última jornada da época 1993/94.

O central brasileiro chegou a Portugal para representar o GD Chaves em 1988, e foi o próprio a afirmar ao Bancada que não fosse a necessidade do clube em concretizar a sua transferência para o Vitória de Setúbal e tinha permanecido em Trás-os-Montes muitos mais anos.

Esta lealdade valeu-lhe um convite para um jogo que não mais esquecerá. Depois de cinco temporadas e meia ao serviço do GD Chaves na Segunda Liga, Filgueira é transferido para o primodivisionário Vitória de Setúbal em novembro de 1993, mas o carinho para com o clube nortenho fez com que regressasse ao Municipal de Chaves uma última vez.

“Eu fui para o Vitória em novembro e a época acabou por correr bem em Setúbal e nas últimas jornadas já estávamos descansados”, lembra o brasileiro radicado em Portugal.” Acontece que o GD Chaves entrou na última jornada em lugares de subida e uma vitória frente ao Leixões garantia aos flavienses a subida ao escalão maior do futebol português.

“A direção do Chaves entrou em contacto com a do Setúbal e convidaram-me a ir assistir ao último jogo. O treinador do Vitória na altura era o Raúl Águas e acabou por me deixar ir”, recorda o antigo defesa central.

“O estádio estava cheio. Havia pessoas penduradas nos postes. Foi um dia memorável na cidade de Chaves”, afirma o jogador que acabou a carreira no Belenenses depois de oito épocas ao serviço do clube da Cruz de Cristo.

O GD Chaves acabou por vencer o Leixões por 2-0 e a subida foi conseguida. Para Filgueira ficou a satisfação de ver o clube que lhe abriu as portas da Europa a atingir um objetivo que tinha sido dele há poucos meses, antes da sua transferência para o Vitória de Setúbal.