Visto da Bancada
Luís Vidigal (nº 186)
2017-12-18 12:30:00
Foi campeão pelo Sporting e no estrangeiro jogou sempre em Itália, ao serviço de Nápoles, Udinese e Livorno

A célebre final da Liga dos Campeões, disputada a 26 de maio de 1999, que o Manchester United conquistou após vencer o Bayern com dois golos nos derradeiros minutos é o jogo da vida de Luís Vidigal enquanto apreciador e amante do futebol. "Foi uma final épica, uma final espetacular, com muitos dos valores que tornam o futebol o desporto que deve ser", afirma o antigo médio campeão pelo Sporting, sublinhando: "Se eu já era apaixonado por futebol fiquei ainda mais."

Esse jogo trouxe à evidência a força e o poder do desporto rei, segundo afirma Luís Vidigal. "Os resultados só são uma certeza quando o árbitro apita para o final e nunca se deve dar nada como perdido", refere o centro-campista, que foi colega do defesa-central do Bayern Kuffour, mais tarde, no Livorno, e do guarda-redes do Manchester United Peter Schmeichel, no Sporting. 

"Tentar perceber as ideias dos dois treinadores e a forma como geriram o jogo foi uma experiência fantástica. O Alex Ferguson confessou que até já tinha preparado o discurso da derrota e teve depois de o alterar por completo", lembra, recordando também a imagem de Kuffour inconsolável a dar murros na relvado. E não era caso para menos. O Bayern vencia o jogo desde os seis minutos, mediante um golo de Mario Basler, e quando tudo parecia controlado, o Manchester United deu a volta ao desafio já nos minutos de compensação. Primeiro, através de Teddy Sheringham que igualou a final aos 90+1' e, depois, com o norueguês Solskjaer a marcar o golo do triunfo aos 90+3'. Foi a loucura inglesa no Camp Nou, naquela que se tornou numa das mais emblemáticas finais de sempre da história do desporto-rei.

Mais do que eleger individualidades, Luís Vidigal preferiu destacar o poder do coletivo. No pleno sentido do termo. "Lembro-me sobretudo de duas grandes equipas, dois grandes coletivos, que acabaram por marcar uma era."

O Manchester United alinhou com Peter Schmeichel; Gary Neville, Rony Johnssen e Dennis Irwin; Beckham, Butt, Blomqvist e Ryan Giggs; Yorke e Cole. Entraram depois Sheringham e Solksjaer, que acabaram por ser os heróis do jogo. Pelo Bayern, atuaram Khan; Babbel, Linke, Matthaus, Kuffour e Tarnat; Effenberg, Jeremies e Basler; Zickler e Jancker.