Visto da Bancada
Kata (nº 117)
2017-10-05 12:30:00
Kata partilhou com o Bancada o momento na infância que o fez sonhar em ser jogador de futebol

Há quase sempre, na infância dos jogadores de futebol, aquele momento em que, ainda miúdos, se apercebem que o seu maior sonho é vir a ser futebolista. Sejamos realistas. Esse momento surge à maioria dos garotos, mas só uma minoria tem o privilégio de perceber o que é realizar esse sonho. Para Kata esse momento aconteceu no antigo Estádio Mário Duarte em Aveiro, casa do Beira-Mar, onde viria a jogar como profissional uns anos mais tarde. O jogo que partilha com o Bancada foi frente ao Benfica de Valdo, Ricardo Gomes e Magnusson.

 “Foi a primeira vez que vi, ao vivo, um jogo da primeira divisão, foi em Aveiro, no antigo Estádio Mário Duarte”, recorda o atual treinador do CD Fátima. “Recordo-me muito bem de estar agarrado à rede, mesmo junto ao relvado, e de estar abstraído do jogo por estar a olhar para os jogadores e a pensar que um dia queria estar a fazer o mesmo que eles. E estava a chover muito”, lembra entre risos.

No relvado desfilavam jogadores como Valdo, Ricardo Gomes e Magnusson, mas um dos primeiros futebolistas que ressurgiu na memória de Kata foi o avançado brasileiro Lima, talvez por ter sido o autor de um dos golos, mesmo no fim da partida. “Não me recordo ao certo do resultado, penso que terá ficado 2-1 ou 2-0 para o Benfica (ficou 2-0), mas lembro-me de o Lima ter marcado. E lembro-me também de ver o Magnusson.”

Depois de terminado o jogo, a preocupação do jovem Kata, então com 12 anos de idade era chegar a casa e ver o Domingo Desportivo, para poder dizer à família em que parte do estádio estava situado. “Cheguei a casa, nessa noite, doido para ver o Domingo Desportivo. E depois andava a apontar para a televisão a dizer às minhas irmãs onde é que estava. O pessoal queria ver o resumo, mas eu só queria dizer onde é que estava”, recorda carinhosamente.

O momento em que Kata se apercebeu que o seu desejo era vir a tornar-se futebolista ganhou um simbolismo extra pelo facto de 12 anos mais tarde ter assinado contrato com o Beira-Mar, e no dia da sua apresentação ter entrado no estádio e olhado para a rede onde havia estado há mais de dez anos a sonhar em vir a ser um jogador de futebol. “Todos os dias quando entrava no campo para treinar olhava para aquela rede. Foi algo que me marcou.”