Naquela tarde de 15 de maio de 2016, num Estádio da Luz a abarrotar, jogava-se a última jornada do campeonato da Liga 15/16. O Benfica recebia o Nacional e estava à mercê de um triunfo para garantir automaticamente o título de campeão nacional – o Sporting jogava em Braga à mesma hora, e com dois pontos a separá-lo das águias tinha de vencer e esperar por uma derrota dos encarnados. Convidado pela direção do clube da Luz, João Manuel Pinto, antigo defesa central de FC Porto, Benfica e Belenenses, e confesso adepto das águias, recorda ao Bancada esse jogo que terminou em festa para o Benfica com a conquista do tri.
“Fui convidado pelo Benfica a assistir ao jogo. O ambiente era muito bonito, estádio cheio. Um jogo que pode valer um título, como foi o caso, carrega sempre muita emoção e ansiedade com ele. No relvado mas também nas bancadas. Já fui jogador, ganhei vários títulos e sei como é. As coisas até começaram cedo a correr bem para o Benfica [Nico Gaitán inaugurou o marcador aos 23 minutos] que acabou por ganhar fácil ao Nacional”, lembra o atual treinador do Moncarapachense, equipa algarvia que subiu com ele este ano ao Campeonato de Portugal.
João Manuel Pinto tem uma carreira de jogador laureada com dez troféus, nove deles ao serviço dos dragões (o outro é uma Taça da Suíça com o FC Sion). Quando Nuno Almeida apitou para o final do jogo, e consumada a conquista do título de campeão nacional pelos encarnados, um misto de emoções, confessa, passou-lhe pela mente, revivendo momentos antigos em que também sentiu o 'cheiro' de ser campeão.
“Lembrei-me da minha passem pelo Benfica [representou as águias em 2001/02 e 2002/03, embora sem conquistar nenhum título], dos anos em que fui campeão pelo FC Porto [por 4 vezes] e em que chegávamos ao último jogo e era uma alegria enorme, uma festa muito bonita, pelo título conquistado. Quando se chega ao último jogo e se é campeão é uma sensação indiscritível. Foi do que me lembrei olhando para o relvado e vendo os jogadores, equipa técnica, a festejarem a conquista do campeonato”, diz João Manuel Pinto que uma década depois de ter pendurado as chuteiras, e com aventuras a treinar pela Suíça e Brasil pelo meio, fixou-se no Algarve e num ano colocou o modesto Moncarapachense nos escalões nacionais.