Bruno de Carvalho, em declarações no espaço de comentário na rádio 'Estádio', avisou que irá avançar com processo em tribunal caso seja ilibado no julgamento do ataque a Alcochete. A reação do ex-presidente do Sporting aparece na sequência de mais uma semana de audições de várias testemunhas em tribunal.

"Como é que apareci no processo? Foi só da cabeça do Ministério Público ou foi algum ou alguns jogadores? Algum ou alguns funcionários? Quando isto terminar não vou fazer só um processo ao Estado. Vou fazer a quem tiver dado a minha entrada à martelada neste processo. Vou estar muito atento ao que é dito. Vou colocar em tribunal não só o Estado mas também, se chegar a essa conclusão, alguém que com o seu depoimento me tenha colocado à martelada. Tudo foi um atropelo", avisou o ex-líder do Sporting.

"Para onde foi o Frederico Varandas? Como é possível o responsável médico se ausentar? Não percebo. Como é que se pode ausentar e não dar apoio aos jogadores numa situação de calamidade", questionou o ex-responsável do clube de Alvalade, falando do facto de existir a suspeita de que a videovigilância estivesse desligada.

Bruno de Carvalho explicou que não entende como é que a GNR só teve acesso às imagens na madrugada seguinte ao ataque. "O que aconteceu de facto nessas dez horas e o que estiveram a fazer os técnicos da GNR? Estiverem sempre junto aos aparelhos? Não sei. Tiveram acesso a todas imagens? Não faço ideia".

Segundo a acusação do Ministério Público, a 15 de maio de 2018, a equipa de futebol do Sporting foi atacada na academia do clube, por elementos do grupo organizado de adeptos da claque Juventude Leonina e do subgrupo Casuais (Casuals), que agrediram técnicos, jogadores e ‘staff’.

Aos arguidos que participaram diretamente no ataque à academia, o MP imputa-lhes a coautoria de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo

Bruno de Carvalho, à data presidente do clube, Mustafá, líder da Juventude Leonina, e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos do Sporting, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo.