Prolongamento
"Senti-me um serial killer. Tinha um polícia para me acompanhar à casa de banho"
2019-11-22 13:00:00
Ex-presidente dos leões critica condições do tribunal em Monsanto

Bruno de Carvalho abordou o começo do julgamento ao Ataque a Alcochete com críticas ao espaço onde este tem decorrido, no Tribunal de Monsanto.

"O julgamento decorre num tribunal sem condições", disse o ex-presidente do Sporting, referindo que se sentiu na sala de audiências como "um serial killer nos casos dos EUA".

"Se quisesse falar com o meu advogado, tal como os outros arguidos, não podíamos. Eu queria ir à casa de banho e tinha um polícia que me acompanhava. Isso está inserido em que lei? Em que enquadramento do Estado de Direito? Senti-me rebaixado, humilhado e denegrido. Eu e aqueles a quem vi serem feitas as mesmas coisas", disse Bruno de Carvalho, em declarações no espaço de comentário na rádio 'Estádio'.

Bruno de Carvalho diz que "não é normal fazer um julgamento num tribunal sem condições". "O ar condicionado avariado, não se ouviam as coisas. Não é um tribunal digno e não é digno porque as pessoas que lá estão sentem-se humilhadas na condição de ser humano e de cidadão."

Bruno de Carvalho, que disse ser atualmente comentador, Mustafá e Bruno Jacinto, ex-oficial de ligação aos adeptos, estão acusados, como autores morais, de 40 crimes de ameaça agravada, de 19 crimes de ofensa à integridade física qualificada e de 38 crimes de sequestro, todos estes (97 crimes) classificados como terrorismo no âmbito do processo do Ataque a Alcochete.