Prolongamento
“Peguei na pistola e não sei porquê liguei o rádio e comecei a ouvir Pearl Jam"
2019-09-12 13:00:00
Dennis Rodman conta experiência de quase suicídio

A ESPN fez um documentário sobre Dennis Rodman, um dos mais excêntricos e carismáticos jogadores da NBA.

Esse trabalho, chamado ‘Rodman: For Better or Worse’, representa um filme da vida do antigo basquetebolista.

Numa entrevista concedida posteriormente à ESPN, o antigo atleta viaja pela infância (aos tempos em que foi sem-abrigo) e pela carreira, com revelações surpreendentes

“Foi curioso… A minha mãe pôs-me na rua e disse-me para nunca mais voltar. Saí de casa e não sabia para onde ir. Ia pedir e conseguia cinco dólares por dia. Vivia em modo de sobrevivência. Era feliz. Jogava basquetebol com os meus amigos. Cresci nas ruas”, conta, numa entrevista concedida depois do documentário.

Recorda o dia em que conheceu o pai. “Ele teve 16 mulheres, 49 filhos e eu fui, supostamente, o primeiro. Eu não sabia… Eu nunca o tinha visto e ele aparece a dizer que era meu pai. Eu tinha 37 anos…. Era um pouco tarde”, diz.

Rodman emociona-se quando é confrontado com uma realidade que impressionou: numa altura da sua vida, queria apenas alguém que gostasse de si.

“É algo que me magoa. Fico emocionado. Só queria sentir-me amado. A minha mãe e o meu pai nunca quiseram saber de mim... Quando cheguei a Detroit fui bem recebido por todos, mas quando deixamos de ganhar, tudo se desmorona. Fui abandonado por muitas pessoas. Senti-me sozinho e percebi que não tinha nada”, desabafa.

O seu passado marcou-o. Ao ponto de ponderar o suicídio, num dos piores momentos da sua vida.

“Escrevi uma carta e fui para o carro que estava estacionado no parque do 'The Palace'. Tinha uma pistola no carro e peguei nela. Mas não sei porquê primeiro liguei o rádio e comecei a pensar que tudo aquilo não tinha que ver com o basquetebol, mas sim com o amor que eu tanto ansiava. Estava a ouvir Pearl Jam - 'Even Flow' e 'Black'. Tinha a pistola ao meu lado, mas relaxei e adormeci a ouvi-los. O que me recordo a seguir é de estar rodeado de polícias. E foi isto”, revela, no documentário, num excerto citado pelo jornal Record.

Rodman – que representou os Detroit Pistons, os San Antonio Spurs, os Chicago Bulls, os LA Lakers e os Dallas Mavericks, entre 1986 e 2000, faz das experiências negativas uma oportunidade de ser uma pessoa melhor.

Veja a entrevista que concedeu, após o documentário: