Prolongamento
"O MP Português não quer investigar, resta-me oferecer colaboração ao Brasil"
2019-10-12 19:00:00
Denunciante do Football Leaks diz ter descoberto conexões entre o processo Lava Jato e Portugal

Depois de ter falado sobre o caso Tancos e ter revelado ter provas de um desvio de 600 milhões de euros no BES, Rui Pinto voltou este sábado a recorrer às redes sociais para dar conta da operação Lava Jato, afirmando ter encontrado ligações a Portugal. 

"Ao longo das minhas análises documentais detetei algumas conexões entre factos apurados no processo Lava Jato e Portugal, por exemplo no caso ODEBRECHT. Elementos desconhecidos das autoridades e que podem abrir novas frentes de investigação", pode ler-se. 

"O Ministério Público Português não quer investigar, isso é um facto. Resta-me oferecer a minha colaboração diretamente às autoridades brasileiras", concluiu a publicação. 

Nos últimos dias, recorde-se, Rui Pinto revelou que existe "um inquérito relacionado com o BES, e que se encontra estagnado desde 2015, onde um arguido está a ser investigado por um desvio de 80 milhões de euros"."O Ministério Público preferiu ignorar todas essas provas esclarecedoras e que poderiam ajudar a fazer justiça. Não há qualquer dúvida que o nosso país foi capturado por interesses criminosos a vários níveis", notou. 

Já antes, o denunciante do Football Leaks se tinha referido ao caso Tancos para dizer que "algo de muito grave se passa no Ministério Público". 

"Não é normal que, num estado de direito, superiores hierárquicos condicionem a fluidez de um inquérito e prejudiquem a investigação apenas para não incomodar certas personalidades. Este é o mesmo Ministério Público que se recusa a investigar as minhas denúncias, e que usa todos os meios legais e ilegais para me manter numa medida de coação excessiva e desproporcional", escreveu Rui Pinto. 

Recorde-se que o hacker está em prisão preventiva no âmbito do caso Doyen, tendo sido acusado de 147 crimes, 75 dos quais de acesso ilegítimo, 70 de violação de correspondência, sete deles agravados, um de sabotagem informática e um de tentativa de extorsão