Rui Silva declarou à juíza Maria Antónia de Andrade, do Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa (TICL), que "nunca" incorreu em crime de extorsão, durante o primeiro interrogatório do agora chamado caso Doyen.

A informação foi hoje avançada pela revista Sábado, que revela alguns detalhes do primeiro depoimento (a 22 de março) de Rui Pinto após ter sido detido na Hungria.

Suspeito de ter acedido ilegalmente aos sistemas informáticos do fundo Doyen e do Sporting (mais tarde convertidas em acusação pelo Ministério Público), o hacker terá respondido que desistiu de "negociar" com Nélio Lucas (representante da Doyen) quando foi informado, pelo advogado, de que poderia estar a incorrer num crime de extorsão.

"Nunca tive intenção de receber dinheiro", terá garantido Rui Pinto à juíza, de acordo com a Sábado.

"Falei de alguns negócios que considero ilícitos. Tentei descobrir a verdade, encostá-lo à parede, para que ele se descaísse e confessasse a ilegalidade", precisou, em relação ao pedido de uma "doação generosa" (entre 500 mil e um milhão de euros) a Nélio Lucas.