Prolongamento
Mário Rui, desaproveitado em Portugal, procura o sucesso no futebol italiano
2017-11-16 19:55:00
O lateral português foi mais um dos jogadores que os grandes não aproveitaram e tem trilhado a carreira em Itália.

Sair da zona de conforto e subsistir ao máximo, com qualidade e sempre a subir de cotação. Assim tem sido a carreira de Mário Rui desde de que foi ‘forçado’ a deixar o futebol português e partir rumo à descoberta do desporto rei italiano, onde ainda perdura nos dias que correm. Depois de começar por baixo, entre empréstimos a clubes modestos, o lateral esquerdo conseguiu chegar ao principal escalão, vingou e está agora ao serviço do SSC Nápoles, atualmente crónico candidato ao título. De facto, abriu-se recentemente uma oportunidade para a conquista total da posição no onze titular da equipa de Maurizio Sarri e cabe ao defesa natural de Sines aproveitá-la.

Cedido pela AS Roma ao SSC Nápoles até ao final da temporada, com opção de compra obrigatória, Mário Rui não tem conseguido minutos em campo na época, mas o infortúnio da lesão de Goulam abriu as portas à titularidade do português no corredor esquerdo napolitano. De facto, o lateral português já teve o estatuto de escolha inicial de Sarri no último encontro da equipa, diante do Chievo Verona, no dia 5 deste mês.

De facto, a passagem pela AS Roma também não decorreu de feição a Mário Rui. Apenas uma época no clube romano e poucos jogos contabilizados no total… Para isso muito contribuiu uma rotura do ligamento cruzado, que fez o lateral estar ausente durante 20 partidas. No fim de contas, foram nove compromissos disputados pelos “giallorossi” e uma sensação agridoce que o levou a rumar até Nápoles.

Ainda assim, a maior parte da carreira de Mário Rui em solo italiano foi realizada com a camisola do Empoli FC. O lateral chegou ao clube em 2013/14, proveniente de um empréstimo do Parma, e integrou a subida da equipa desde o segundo escalão até à denominada Serie A. Ao todo, foram três temporadas no Empoli, pautadas por 100 jogos dentro das quatro linhas e uma valorização que o levou a ser opção para os principais clubes de Itália.

Crédito: FILIPPO VENEZIA / EPA

Outra história de não aproveitamento dos grandes portugueses

Recuemos agora no tempo. Vamos então conhecer mais uma história de um jogador que não foi aproveitado por um dos três grandes portugueses e que poderia agora ser uma opção válida para esse mesmo clube. No caso de Mário Rui, foram dois os clubes que não viram nele potencial necessário para continuar até ao plantel sénior. O jogador de 26 anos deixou o Alentejo Litoral e o Vasco da Gama para rumar ao Sporting em 2002/03, então com apenas 12 anos de idade.

Foram seis as temporadas que realizou nas camadas jovens do Sporting até que foi parar ao Benfica, com uma curta passagem pelo meio no Valência CF. Na equipa de juniores do Benfica, Mário Rui fez duas épocas e a primeira temporada enquanto sénior teve lugar ao serviço do CD Fátima, então cedido pelos encarnados.

Na Segunda Liga, pelo emblema de Fátima, em 2010/11, Mário Rui passou pelo comando técnico de treinadores como Ricardo Moura, João Sousa e Diamantino Miranda. O primeiro ano de sénior foi alicerçado por vários minutos dentro das quatro linhas, com 31 compromissos disputados e um golo pelo meio. Entre o segundo escalão, a Taça de Portugal e a Taça da Liga, foram 2526 os minutos do lateral no relvado.

Porém, depois chegou aquilo que nenhum jovem jogador quer ouvir. Na temporada seguinte, mais precisamente, em 2011/12, Mário Rui foi mais um dos futebolistas portugueses a adotarem a prática do êxodo, ao sair a custo zero para o Parma e abraçar uma nova experiência no futebol italiano. São vários os casos conhecidos de jovens jogadores aos quais aconteceu a mesma situação. Mas, olhando para os problemas recentes - até às chegadas de Eliseu e Grimaldo – que o Benfica teve em encontrar um lateral esquerdo de qualidade, fica a pairar a questão sobre as possibilidades que Mário Rui poderia ter tido de integrar o plantel principal das ‘águias’.

Crédito: Mário Rui Facebook

Natural de Sines, vestiu o amarelo, preto e branco do Vasco da Gama

Agora com 26 anos, a prática futebolista começou bem cedo para Mário Rui, nas camadas jovens do Vasco da Gama, clube de Sines, cidade da qual o lateral é natural. Foi aí que tudo iniciou para Mário Rui, ainda com menos de dez anos de idade. Desde então, foram já as cidades pelas quais passou, com a passagem pelas camadas jovens dos rivais de Lisboa e a aventura pelo futebol italiano, em clubes como o Gubbio 1910, o Spezia, o Empoli, a AS Roma e o SSC Nápoles.

Quanto ao percurso nas seleções de Portugal, Mário marcou presença nos escalões jovens desde os Sub-16. Depois desse escalão, teve um hiato até aos Sub-19, nos quais disputou três encontros. Porém, foi nos Sub-20 que o lateral deixou maior marca, com 17 partidas disputadas e uma presença no Mundial da categoria em 2011. De referir que nessa competição, a jovem equipa das quinas conseguiu chegar à final, na qual perdeu com o Brasil (3-2) no prolongamento, jogo no qual Mário Rui foi titular, ao lado de jogadores como Cédric Soares, Nélson Oliveira, Danilo Pereira, Roderick Miranda, Sérgio Oliveira, entre outros.