Prolongamento
"Há muita gente que não vai dormir tranquila", diz Sousa Tavares sobre Rui Pinto
2020-04-08 20:50:00
Hacker deixa de estar em prisão preventiva e passa a colaborar com a Polícia Judiciária

A alteração da medida de coação de Rui Pinto, que passou de prisão preventiva para prisão domiciliária à guarda da Polícia Judiciária (PJ), vai tirar o sono a muita gente esta noite, afirmou Miguel Sousa Tavares.

O comentador da TVI lembrou que o hacker "teve de esperar um ano inteiro na prisão" até que fosse alcançada a "única solução que melhor servia a justiça, que é ter Rui Pinto como colaborador da justiça e não como prisioneiro".

"Eu adivinharia que esta solução foi encontrada após longa negociação, não por iniciativa da juíza de instrução, não por iniciativa do Ministério Público, mas por iniciativa da Polícia Judiciária", considerou o jornalista, argumentando com a garantia de segurança dada pela PJ em troco da colaboração do hacker.

"Como toda a gente percebe, Rui Pinto estava preso porque tem naqueles discos encriptados e que a Polícia Judiciária não conseguiu desencriptar segredos que vão abalar muita gente. Há muita gente que não vai dormir tranquila", insistiu Miguel Sousa Tavares.

Esta libertação do hacker "veio provar", no entender do comentador da TVI, que Rui Pinto não estava em prisão preventiva pela alegada tentativa de extorsão da Doyen, "um crime a que correspondia uma pena de um a três anos", pois "já tinha cumprido um ano de preventiva".

"Ele estava preso para ver se desencriptava os discos. A prisão preventiva de Rui Pinto foi ilegal, com um fundamento que não era verdadeiro", insistiu.

O fim da prisão preventiva só não aconteceu mais cedo porque a justiça portuguesa se recusava a garantir a Rui Pinto que o conteúdo desses discos encriptados não pudesse ser usado para ele "ser acusado de novos crimes", continuou o jornalista.

"Mesmo na prisão, com um disco que tinha deixado entregue a um colaborador, ele conseguiu abalar Isabel dos Santos, que mesmo angolana era a mulher mais poderosa de Portugal, ele pôs fim ao império de Isabel dos Santos aqui e em Angola", reforçou: "Imagina o que ele não pode fazer com o que está dentro dos discos..."

"Estou convencido que a montanha não vai parir um rato. As influências que se terão mexido para que Rui Pinto permanecesse na prisão até entregar os discos deve ter sido tamanha que só isso implica a importância do que pode estar ali", finalizou Miguel Sousa Tavares.