Prolongamento
"Eles podem ir, eu apanho um táxi. Não vou embora sem ver toda a gente"
2019-10-12 16:50:00
Francesco Acerbi com um gesto notável na visita da seleção italiano a um hospital em Roma

A visita da seleção italiano ao Hospital de Crianças de Gesù, em Roma, ficou marcada por um gesto notável de Francesco Acerbi, defesa de 31 anos que venceu a batalha do cancro em duas ocasiões. Depois de ver a ação dos 'azzurri' prolongar-se mais do que estava previsto, a organização da iniciativa mandou recolher os jogadores para seguir viagem. 

Numa altura em que a comitiva italiana estava já dentro do autocarro, Francesco Acerbi quis permanecer no local até cumprimentar todas as crianças. "Eu não me importo, eles podem sair. Eu apanho um táxi, mas não vou embora sem ver toda a gente", afirmou o jogador. 

Já depois de abandonar as instalações do hospital, Acerbi, que venceu a doença no passado, ficou na rua a distribuir autógrafos e fotografias por outros pacientes. 

"Sentia-me invencível em Milão, podia passear pelos bares e beber álcool à vontade. Estava forte em campo, o meu corpo ajudou-me e a sorte estava do meu lado", começou por contar Acerbi numa entrevista ao 'Corriere della Sera'. "Acabei a minha experiência em Milão em 2013. Num exame de rotina, os médicos encontraram um caroço no testículo, tendo sido operado imediatamente. Já não era invencível".

"Pode parecer estranho, mas eu quis sempre ser jogador profissional de futebol. Percebi-o depois da doença. Durante muitos anos dei tudo de mim, graças às qualidades que a natureza me deu. Talvez depois tenha perdido a paixão, mas ela voltou. A minha mãe abraçou-me de forma excessiva, o que não ajudou. Precisava de alguém para me convidar a ver televisão, a ir às compras, algo para não me fazer sentir doente. O meu irmão foi fundamental", continuou o jogador. 

Acerbi contou que os médicos lhe garantiram que depois da operação tudo voltaria ao normal, algo que não aconteceu. 

"Fiz outras verificações e disseram-me que o tumor podia expandir-se, que era melhor fazer quimioterapia. Foi o que eu fiz. (...) Eu tinha a certeza que me ia curar. (...) Agora rezo duas vezes por dias, mas não me tornei um santo. Distingo o bem do mal e sei em quem posso confiar", concluiu o jogador.

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