Habituado enquanto árbitro a tratar o jogo com igualdade, Duarte Gomes deixa um desabafo em tempo de pandemia a apelar à reflexão de tudo e todos num "conselho de borla de quem não tem telhados de vidro e dorme tranquilo".

O ex-árbitro lembra que o isolamento que quase todo o mundo tem vindo a cumprir permite olhar para o que têm sido as atitudes de cada um, aproveitando para desafiar que se pense no que se quer para o futuro.

Duarte Gomes lembra que de um momento para o outro um só "um valente puxão de orelha" permite colocar tudo no lugar.

"E quando isso acontece, não há nem brancos nem pretos, nem ricos nem pobres, nem fortes nem fracos. Ela trata de repor a ordem e dizer-nos que somos todos iguais", lembra o ex-árbitro internacional, em artigo de opinião na 'Tribuna Expresso'.

Certo e ciente de que "não vale a pena ser ganancioso" e "aldrabão", Duarte Gomes realça também que "não vale a pena recorrer a crimes para ter mais do que os outros" ou "distribuir desdém, egoísmo ou arrogância", ou até mesmo "armadilhar, espezinhar ou humilhar" os outros.

Confiante de que este momento irá passar, Duarte Gomes espera que as pessoas "desliguem-se de trivialidades" e "reposicionem prioridades" tendo em vista o futuro.

Numa altura em que muitas das prioridades do mundo são repensadas, revistas e equacionadas, Duarte Gomes espera que daqui em diante as coisas possam mudar.