Prolongamento
CMVM terá dúvidas sobre negócios de Luís Filipe Vieira
2020-02-20 10:50:00
Regulador não terá autorizado ainda OPA à SAD do Benfica

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) não terá ainda dado autorização para avançar a oferta pública de aquisição (OPA) do Benfica sobre a sua Benfica SAD devido a dúvidas relacionadas com negócios de Luís Filipe Vieira.

De acordo com o que adianta o 'Jornal de Notícias', nesta quinta-feira, a CMVM tem enviado perguntas para a Luz sobre negócios de Vieira para tentar perceber se a OPA poderá, ou não, avançar.

Entre as dúvidas, adianta o 'Jornal de Notícias', está a relação de negócios entre Vieira e José António dos Santos, o maior acionista privado da sociedade desportiva benfiquista (12,7 por cento), com o qual o presidente do Benfica terá negócios imobiliários.

Numa altura em que a operação financeira permanece sob avaliação do regulador, e a CMVM não presta esclarecimentos, nas últimas semanas, o presidente do Benfica já disse, em reação a um artigo do jornal 'Expresso', que "as entidades reguladoras competentes saberão responder e determinarão os termos legais em que a operação pode decorrer".

Também José António dos Santos, que poderá ser um dos maiores beneficiários se a OPA for adiante, assegurou ao 'Expresso' que não está interessado em vender as ações.

A oferta pública de aquisição (OPA) incide sobre cerca de 28 por cento do capital disperso em bolsa e permite blindar a SAD benfiquista de possíveis ofertas de outros investidores potencialmente interessados em ficar com uma posição relevante na sociedade, dando ainda maior controlo ao clube, que já detém 40 por cento do capital através de ações de categoria A, e, entre o clube, a SGPS e os administradores, a fasquia sobe para quase 67 por cento, pelo que, caso a oferta tenha sucesso, esta posição reforça-se para a quase totalidade do capital.

Quanto à anunciada intenção de manter a SAD das 'águias' cotada em bolsa, após o desfecho da OPA, segundo os especialistas, tal opção permite que a entidade mantenha as exigências de transparência e comunicação ao público das suas contas, pelo facto de estar no mercado regulamentado (Euronext Lisbon), ao mesmo tempo que facilita as futuras operações da sociedade no mercado de dívida, mais concretamente no segmento obrigacionista, fonte de financiamento que tem sido privilegiada face ao crédito bancário.

As ações da Benfica SAD, cotada em bolsa desde 2007, neste período, atingiram um mínimo histórico apenas no dia 10 de dezembro de 2012 nos 0,37 euros.