Prolongamento
CMVM não presta esclarecimentos, para já, sobre OPA do Benfica
2020-02-18 16:25:00
Regulador remete para a frente qualquer esclarecimento, segundo avança 'Tribuna Expresso'

A Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) não quer, para já, fazer qualquer tipo de comentário sobre a oferta pública de aquisição (OPA) do Benfica sobre a sua Benfica SAD e remete para a frente qualquer esclarecimento.

Numa altura em que a operação financeira permanece sob avaliação do regulador, e agora que se sabe de que Vieira é sócio de José António dos Santos, ele que poderá ser o maior beneficiário da OPA, a 'Tribuna Expresso' questionou o regulador que não se alonga em comentários.

"A CMVM não vai comentar a OPA", explicou fonte oficial do supervisor do mercado de capitais, não informando se a CMVM foi informada dos negócios imobiliários que Vieira tem com José António dos Santos.

A Comissão do Mercado dos Valores Mobiliários (CMVM), pela voz da presidente do regulador, já disse, anteriormente, que a oferta pública de aquisição (OPA) do Benfica à sua sociedade anónima desportiva (SAD) decorre "dentro das perfeitas condições de normalidade" mas o regulador ainda não deu autorizou ou negou essa operação dado que está a avaliar o processo.

"Há uma série de dimensões que são muito específicas que não tem comparável, e é preciso obter toda a informação para que a decisão da CMVM seja robusta", afirmou Gabriela Figueiredo Dias, durante um encontro de apresentação das prioridades do órgão supervisor para 2020, na sede, em Lisboa, a 23 de janeiro.

A oferta pública de aquisição (OPA) incide sobre cerca de 28 por cento do capital disperso em bolsa e permite blindar a SAD benfiquista de possíveis ofertas de outros investidores potencialmente interessados em ficar com uma posição relevante na sociedade, dando ainda maior controlo ao clube, que já detém 40 por cento do capital através de ações de categoria A, e, entre o clube, a SGPS e os administradores, a fasquia sobe para quase 67 por cento, pelo que, caso a oferta tenha sucesso, esta posição reforça-se para a quase totalidade do capital.

Quanto à anunciada intenção de manter a SAD das 'águias' cotada em bolsa, após o desfecho da OPA, segundo os especialistas, tal opção permite que a entidade mantenha as exigências de transparência e comunicação ao público das suas contas, pelo facto de estar no mercado regulamentado (Euronext Lisbon), ao mesmo tempo que facilita as futuras operações da sociedade no mercado de dívida, mais concretamente no segmento obrigacionista, fonte de financiamento que tem sido privilegiada face ao crédito bancário.

As ações da Benfica SAD, cotada em bolsa desde 2007, neste período, atingiram um mínimo histórico apenas no dia 10 de dezembro de 2012 nos 0,37 euros.

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