Prolongamento
"Aos PSP é-lhes imposto que não liguem a insultos racistas", diz sindicato
2020-02-17 12:50:00
Presidente da Associação Sindical de profissionais da polícia diz que cânticos "são habituais"

Paulo Rodrigues, presidente da Associação Sindical de Profissionais da Polícia (ASPP) e membro do Corpo de Intervenção da PSP com experiência no policiamento de jogos de futebol, sai a público para assegurar quais são algumas das indicações que são dadas aos elementos da PSP que estão a garantir a segurança de jogos e o cumprimento da lei.

"Aos elementos da PSP é-lhes imposto que, até pela sociedade em geral, que não liguem aos insultos ou a qualquer outro comentário... porque no futebol tudo é permitido. É sempre pedido para não ligar pois no calor dos jogos é desculpável todo o tipo de insultos. É essa a regra, mas é da sociedade em geral. Inclusivamente dos tribunais quando há detidos por insultos", garantiu Paulo Rodrigues, em entrevista ao 'Diário de Notícias'.

Este profissional de polícia salienta que os insultos de que Marega se queixa não são inéditos nos estádios.

"Os cânticos são habituais", revelou Paulo Rodrigues, acrescentando: "Há jogos com maior ênfase e outros menos. Mas é frequente".

Este polícia salienta ainda que "até há acórdãos de juízes - claro que não se fala concretamente no racismo - a dizer que no calor dos jogos é normal determinadas atitudes pelo entusiasmo natural dos adeptos".

A PSP já revelou oficialmente que está a tentar identificar os adeptos suspeitos de dirigirem palavras e gestos racistas e xenófobos ao futebolista Marega, do FC Porto, cometendo assim infrações criminais e contraordenacionais.

O jogador do FC Porto, recorde-se, decidiu abandonar o relvado do Estádio D. Afonso Henriques, onde se disputava o Vitória de Guimarães-FC Porto por considerar que não conseguia estar dentro das quatro linhas a ser insultado.

O momento tem marcado a atualidade desportiva nacional e já originou tomadas de posição não apenas de clubes mas também as mais altas entidades do Estado como o Presidente da República, o Presidente da Assembleia da República e o Primeiro-Ministro.