Os advogados que defendem Rui Pinto entregaram um documento no Tribunal da Relação de Lisboa com um pedido de recusa da juíza Helena Leitão, que é uma das figuras da justiça portuguesa que faz parte do coletivo sorteado de três juízes para julgar o gaiense.
De acordo com o Expresso, na base deste pedido está o facto de Helena Leitão ser cliente do escritório de João Medeiros, que é assistente do processo e, recorde-se, foi um dos advogados que defendeu o Benfica no processo E-Toupeira.
Medeiros é assistente neste processo já que Rui Pinto terá roubado emails na altura em que o advogado exercia funções na PLMJ e, entre esses emails, podem estar mensagens trocadas entre João Medeiros e a juíza Helena Leitão.
Segundo o Expresso, a própria juíza já terá dado conta da relação "estritamente profissional" que tem com João Medeiros, que a defende num caso de difamação, na qual a juíza se sentiu ofendida por conta de um processo que liderou no Tribunal de Família de Almada.
Como esse processo está ainda pendente na justiça, a equipa de advogados de Rui Pinto entende que Helena Leitão e João Medeiros têm uma relação profissional ainda em vigor.
Caberá agora ao Tribunal da Relação de Lisboa tomar a decisão de manter ou afastar a juíza do grupo de magistrados que vão julgar Rui Pinto.
Anteriormente, recorde-se, já o juiz Paulo Registo pediu escusa do processo que irá julgar o hacker, dado que foram divulgadas declarações suas e manifestações de benfiquismo. Também, na altura, os advogados de Rui Pinto pediram o afastamento do juiz, numa decisão que ainda não foi tomada pela Relação de Lisboa.
Além de Helena Leitão e de Paulo Registo, também a juíza Ana Paula Conceição foi sorteada para julgar o alegado pirata informático.
Rui Pinto, que estava em prisão preventiva desde 22 de março de 2019, foi colocado em prisão domiciliária a 8 de abril, mas em habitações disponibilizadas pela Polícia Judiciária (PJ) e sem acesso à internet, com o despacho da juíza de instrução criminal (JIC) Cláudia Pina a justificar que o arguido apresenta “agora um sentido crítico e uma disponibilidade para colaborar com a justiça”.